Ambientalista: 'Não há motivos para comemorar o Dia
Mundial da Água no PI'. Órgãos apontam poluição e assoreamento como grandes
problemas do rio.
![]() |
Assoreamento das margens é o principal problema
do
Rio Parnaíba, aponta o IBAMA
|
“Nesse dia especial de debate sobre a água nós não
temos nada a comemorar, pois o maior rio do Piauí está na UTI”, a fala é
de Francisco Soares, ambientalista e membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), sobre o Parnaíba, o maior rio genuinamente nordestino, com mais de
1.400 km de extensão. A declaração faz alusão do Dia Mundial da Água, data
comemorada neste sábado (22) e criada pela Organização das Nações Unidas (ONU)
para chamar a atenção sobre a preservação do líquido em todo o planeta.
“Somente em Teresina temos mais de 800 mil
habitantes e apenas 17% dos esgotos são tratados. Em Timon (Maranhão) temos
mais 150 mil pessoas e 0% de tratamento sanitário. Todos esses afluentes são
despejados sem nenhum tratamento no Parnaíba. Isso sem falar na destruição das
matas ciliares que aumentam o assoreamento do rio e criam essas coroas que
temos em toda a sua extensão”, contou Soares, que também é presidente da
Fundação Rio Parnaíba.
![]() |
| Esgoto sem tratamento é despejado no rio Parnaíba |
Dados da própria Secretaria de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (Semar), apresentados ainda no ano de 2009, comprovam o que
relatou o ambientalista. Durante a construção do relatório, foram constatados
vários problemas no bioma, como o desmatamento e erosão das margens, queimadas,
assoreamento do leito e condições de navegabilidade.
No documento foram constatados 64 pontos afetados pelo desmatamento e 40 pontos de destruição da vegetação através de queimadas. Em alguns trechos, o rio também apresentou um alto grau de assoreamento, provocando a baixa profundidade do rio.
![]() |
| Homem
pesca próxima a saída de esgoto no rio Parnaíba, em Teresina (PI) |
Segundo o relatório, em algumas cidades, como Teresina e Floriano, a
profundidade máxima do Parnaíba não passa dos 80 cm.
“Com tudo isso que acontece, principalmente a
poluição, a água fica de péssima qualidade, muitas doenças como hepatite
meningite e diarreia podem ser transmitidas por conta disso. Significa dizer
que uma parte das internações hospitalares poderia ser evitada. Existem ainda
as ligações clandestinas de casas e prédios com as galerias pluviais. Nada
disso é combatido, faltam políticas públicas”, destacou Francisco Soares.
![]() |
Por ocasião do Dia Mundial da Água, o governador
Wilson Martins e o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Semar) - assinam, no auditório da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), em Bom
Jesus, decreto de criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gurguéia.
Francisco Soares afirma que essa pode ser considerada uma vitória torta. “Estamos há 10 anos tentando criar comitê da Bacia do Parnaíba. Esse é que deveria ser o primeiro a ser criado, pois esse é o rio que rege os demais, já que toda a bacia é hidrográfica da região é voltada para ele. O Gurguéia é importante sim, mas eles(o governo) deveriam ter começado pelo rio mãe”, disse.
Atualmente, a criação do comitê está sob coordenação da superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Piauí. “É um processo complicado porque envolve três estados: Piauí, Maranhão e Ceará. Estamos nesse processo de convencimento onde cada uma dessas unidades deve eleger um representante para assinar a documentação necessária para o pedido de criação do comitê”, afirmou Manoel Borges, superintendente regional no Piauí.
Francisco Soares afirma que essa pode ser considerada uma vitória torta. “Estamos há 10 anos tentando criar comitê da Bacia do Parnaíba. Esse é que deveria ser o primeiro a ser criado, pois esse é o rio que rege os demais, já que toda a bacia é hidrográfica da região é voltada para ele. O Gurguéia é importante sim, mas eles(o governo) deveriam ter começado pelo rio mãe”, disse.
Atualmente, a criação do comitê está sob coordenação da superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Piauí. “É um processo complicado porque envolve três estados: Piauí, Maranhão e Ceará. Estamos nesse processo de convencimento onde cada uma dessas unidades deve eleger um representante para assinar a documentação necessária para o pedido de criação do comitê”, afirmou Manoel Borges, superintendente regional no Piauí.
Segundo o gestor, toda o trabalho técnico de diagnóstico situacional do Rio Parnaíba já foi realizado. “Esse documento mostra vários aspectos em termos de poluição, desmatamento, o maior problema que é de assoreamento. O rio nasce em uma bacia sedimentar onde a erosão é comum, mas as queimadas e desmatamento aumenta esse fenômeno”, afirmou.
O secretário do meio ambiente do Piauí, Dalton
Macambira, foi procurado para comentar sobre matéria, mas ele não foi
encontrado
Funções de um comitê
O comitê de uma bacia tem como finalidade reunir
órgãos do poder público, sociedade civil e usuários de água para planejar o uso
dos recursos hídricos na área de abrangência da bacia. Constitui-se colegiado
das águas, onde os usuários de recursos hídricos, instituições de ensino e
pesquisa, associações comunitárias, empresas operadoras de sistemas de
saneamento, prefeituras e órgãos estaduais com atuação na área de recursos
hídricos debatem e decidem sobre a melhor forma de resolver os problemas e
também apontam meios de preservação da bacia.
Jornal da Parnaíba | Por Pedro Santiago/G1 PI
Curta nossa pagina no Facebook




Nenhum comentário:
Postar um comentário