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Fernando Gomes |
Inicio por dizer que não estou aqui a soltar a
verdade. A minha verdade. Mas, é minha singela opinião sobre o Porto de Luis
Correia. Não existem verdades absolutas. Cada um enxerga o que quer ver. De
nada adianta tentar mostrar sua verdade a quem está convicto em acreditar na
mentira que lhe convém, no que lhe é suportável, sob o título de verdade. Mais
que perda de tempo, é perda de paz!
Buscando saber a verdade da história e das estórias
chega-se a algumas conclusões interessantes: o Porto foi e ainda hoje é
promessa de muitos governos estaduais que nunca foi concluído; a obra está
parada em Luís Correia; o Piauí é único estado litorâneo sem terminal; em 2008,
foram gastos R$ 10 milhões só para recuperar a estrutura do cais; estruturas
enferrujadas e outros materiais continuam sendo destruídos pela ação do tempo;
a obra já é alvo de investigação do Ministério Público Federal e da Polícia
Federal...
O projeto de construção do primeiro terminal
marítimo começou nos anos 1960, e as obras foram iniciadas em 1976. Mas, após
37 anos, o Porto de Luís Correia é apenas um cais abandonado, de estrutura
deteriorada, onde repousam materiais e maquinários enferrujados. Em meio a
longas paralisações, falha no edital, rescisões contratuais, falta de estudos
de impacto ambiental, além de indícios de superfaturamento e pagamentos
indevidos, a iniciativa já custou mais de R$ 390 milhões aos cofres públicos.
Aqueles que justificam a obra declaram que a
ausência de um porto e a falta de investimentos em logística são considerados
os maiores gargalos para o agronegócio no Piauí. Por exemplo, a distância dos
Tabuleiros Litorâneos, localizados em Parnaíba (PI), para o Porto de Itaqui, no
Maranhão, é de aproximadamente 535 km. Boa parte da produção de frutas
orgânicas como acerola, caju, coco, melancia e goiaba é escoada pelo terminal.
Já a distância para o terminal de Pecém, no Ceará, passa de 450 km. Caso o
terminal marítimo do Piauí seja concluído, a distância até Luís Correia é
apenas de 18 km.
O estado, de 2009 a 2011, exportou cerca de R$ 183
milhões pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA), e R$ 156 milhões pelo Porto de
Pecém (CE). Boa parte da soja produzida na região dos Cerrados teve de ser
enviada ao Maranhão. Justifica-se um Porto no Piauí? Quais os impactos
negativos para a nossa bela e pequena região costeira? Perdemos o momento para
o Ceará e o Maranhão?
Em 2008, passados 22 anos de suspensão das obras,
Wellington Dias, governador do estado na época, anunciou a retomada, com
investimento de aproximadamente R$ 10 milhões só para recuperar as antigas
estruturas que foram prejudicadas pela ação do tempo.
Em visita ao Piauí, em 2009, o ministro da
Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, disse que desde a década de 1970
cerca de R$ 390 milhões já haviam sido investidos no Porto e destinou outros R$
64 milhões para a conclusão da obra até dezembro de 2010. A ministra chefe da
Casa Civil, Dilma Rousseff, atual presidente da República, participou do
encontro.
Em maio de 2011, um novo problema paralisou as
obras. A Secretaria Estadual de Transportes (Setrans) rescindiu o contrato com
o consórcio Staff de Construções e Dragagem Ltda/Paulo Brígido Engenharia,
responsável pela construção na época.
Sabe-se, através da imprensa estadual que os
assuntos relacionados ao Porto de Luís Correia estão entregues à Procuradoria
Geral da República e à Polícia Federal. Com os trabalhos paralisados desde
2011, a obra foi alvo de inquérito na PF, a pedido do Ministério Público
Federal, para apurar indícios de irregularidades – entre eles, superfaturamento
na obra, pagamentos indevidos, falha no edital e falta de estudos de impacto
ambiental.
No dia 10 de maio do ano passado, o MPF ajuizou
ação de improbidade administrativa contra ex-secretários de estado, servidores
e representantes do consórcio Staff visando o ressarcimento de cerca de R$ 12
milhões aos cofres da União em razão dos prejuízos causados ao patrimônio
público por irregularidades praticadas nas duas etapas da construção do porto.
A meu juízo, ainda bem que o Porto não foi concluído!
Se há problema como aqui demonstrado, muitos imbróglios se revelariam caso
tivesse sido construído. A campanha eleitoral de 2014 está à nossa porta e
alguns candidatos já começaram a mesma promessa, nem sequer têm o cuidado de
renovar o discurso. São os enganos e
desenganos de quem engana e se engana!
Por Fernando Gomes, sociólogo, cidadão, eleitor e
contribuinte parnaibano.
Edição do jornaldaparnaiba.com
4 comentários:
Sr. Fernando. Sou um assiduo seu leitor. Admiro-o. Acerca desta matéria supra, uma lenda, uma piada, uma mentira, uma vergonha que se nos incomoda a alma de piauienses de bem, como você, eu e outros, sem incluir, em respeito a nós mesmos, os nossos políticos. Sempre povoou-me a cabeça a certeza de que os protagonistas politicos do Porto de Luis Correia fazem conluio com os governos dos dois Estados vizinhos para que se quedem na prosperidade da obra. Por que? Ora, conterrâneo, sempre que impulso fora dado à obra, em seguida gerava a sua paralisação. Você foi muito feliz relatando estas paralisações. Gostaria de saber a sua opinião. Aguardo. Batista Rios.
Sr. Fernando vejo como muito apropriado seu artigo. As eleições estão aí. O povo é obrigado a votar, portanto o voto entre nós é um dever e não um direito. O chamado "povão" que é a maioria não se inteira desses assuntos e continua elegendo os vilões de sempre (ex: sarney no Maranhão/Acre). Daí os integrantes do poder constituído fazem a festa com o dinheiro publico. Está mais que evidente a maracutaia em que se transformou essa obra. Tomara que o MPF e a PF consigam enquadrar pelo menos parte dos responsáveis. Se isso ocorrer os culpados verão que nos Piauienses não somos, como eles supõem, apenas um bando de tolos.
A porca comeu ki regurgitou... kkkkkkk
A construção desse porto já virou uma piada de mau gosto. Sei que vou morrer sem ver o meu sonho ser realizado.
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