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Fernando Gomes |
Esta semana me pus a refletir sobre a possibilidade
e o próprio direito à liberdade que conquistamos de expressar nossos
pensamentos. Alguns o fazem de forma covarde, no anonimato. Como tantos outros,
eu faço a opção por assumir o registro dos meus pensamentos. Assino aquilo que
penso e escrevo.
Tenho anotado algumas ponderações sobre a realidade
de Parnaíba. Pretensiosamente, desejo a reflexão e não é meu intento ferir,
caluniar ou difamar quem quer que seja. Mas,
alguns temas e a linha de abordagem tem valido a revolta e comentários anônimos.
Pessoas que saem em defesa de seus “amigos”, que julgam serem prejudicados com
meus textos.
Um exemplo disso tem sido a esfera municipal, alvo
de alguns desses escritos. A motivação vem do pouco zelo e desleixo com a coisa
pública. Porém, o governo pouco faz e
muitas vezes, faz mal! Quem o representa parece não ter a noção exata do que
seja a obrigação. Não a cumpre, fielmente, e ainda se vangloria do pouco feito.
E, o pior, o objetivo quase sempre é a politicagem!
Aparecer todo mundo quer, mas confesso que não
quero espaço neste governo. Afinal tenho profissão definida e um trabalho que
me honra. Ademais, posso dizer que se fosse esse o meu objetivo, o teria aceitado
quando fui procurado muito antes da composição da última eleição municipal.
E, naquela oportunidade eu disse que não tinha
interesse de participar da aliança que dizia que “ia revolucionar Parnaíba”,
porque não acredito nesse projeto. O que verdadeiramente anseio é uma gestão
diferente do que aí está. Para os que fazem e defendem o governo “está tudo bem”.
A avaliação positiva da atual administração só se dá quando usam como parâmetro
comparativo os últimos mandatos ruins.
Devemos buscar a comparação com aquilo que é justo,
reto, correto, pois assim melhoramos. Do contrário estaremos apenas
justificando a própria incapacidade de fazer bem, especialmente quando a
situação exige como obrigação. A propósito, verificando a história da Parnaíba,
o atual governo, deveria buscar exemplos nos gestores como: Ademar Neves,
Alberto Silva e João Silva Filho.
Esses homens sim podem e devem ser lembrados pela
figura pública e humana quando estiveram à frente da gestão parnaibana. Para
ilustrar melhor o exemplo vou usar a figura do Dr. João Silva Filho. Médico
brilhante foi prefeito desta cidade, durante dois períodos: 1967-1970 e 1983-1988.
Se se voltar no tempo, verificando a declaração de
bens patrimoniais deste cidadão vai-se verificar que ao final do mandato ele tinha
exatamente os mesmos bens. A honestidade é uma marca sua. Está também
consignado ao seu estilo de governar: a austeridade e o compromisso com os
interesses coletivos. Fato que se lamenta registrar não ocorrer nos dias
atuais, nem num passado mais recente!
Tem prefeito que, entre o pouco tempo do assumir e o
encerrar do seu mandato, sai com fortuna de causar inveja a grandes grupos
empresariais estabelecidos há décadas no mercado, gerando empregos e pagando
impostos. Você conhece alguém assim? Pois é, é o milagre da “multiplicação”!
Mas, tudo começa com a forma de conquista do
mandato. Já começa errado. A história não registra a façanha de ganhar uma
eleição, ou seja, como se chega ao poder. O que para muitos, é vergonhoso. Tem
gestor que arrota ética e seriedade, mas é protagonista da mais escancarada
compra de votos que se registrou na história política de Parnaíba. Qual a fonte
desses recursos? Qual o compromisso com quem patrocinou?
Deslealdade igual se patrocina também na manutenção
do mandato. Alguns se valem da estratégia de comprar lideranças para manter o status
quo. São “bacanas” que recebem sem trabalhar e não são poucos... Mesmo diante
todo este quadro caótico e apesar da transparência exigida em lei, da
informação que circula nos dias atuais, o grande público ainda está distante e
alheio a toda esta forma de manutenção do poder político. Gostaria de ver uma
Parnaíba sendo levada a sério, onde fosse real a possibilidade de oportunidades,
aqui, à grande maioria da população.
Fala-se num momento de crescimento econômico da
cidade, como se fosse obra e graça dos gestores dos últimos dez anos. Parnaíba
cresce graças a eles! A verdade é que a cidade foi impulsionada pelos arranjos
produtivos que despontaram com a estabilidade econômica e a distribuição de
renda, resultantes de uma macro política econômica nacional. Não titubeio em
afirmar que, se os poderes públicos estadual e municipal, tivessem cumprindo o
seu papel, fielmente, estaríamos muitos passos à frente.
Parafraseando o saudoso Tancredo Neves, diria: “Enquanto
houver na Parnaíba um só homem e uma só mulher com fome, sem letras, sem
trabalho, sem teto e sem saúde toda prosperidade será falsa!”.
Por Fernando Gomes, sociólogo, cidadão, eleitor e
contribuinte parnaibano.
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