quinta-feira, dezembro 19, 2013

Quadra de esportes da Casa Inglesa

Houve uma vez uma quadra

Ao passar um dia desses pela Rua Oscar Clark, no trecho que fica entre a Casa Inglesa e o Armazém Paraíba, viajei no tempo… pongando no bonde da imaginação. E a primeira parada foi em frente às ruínas da outrora vibrante quadra de esportes da Casa Inglesa. Ah! Como é bom relembrar o tempo maravilhoso que vivemos, sem saber que éramos felizes. Isso era na época em que a Casa Inglesa estava em seu pleno apogeu. Parnaíba era uma pequena e recatada cidade, onde além dessa, existiam outras empresas de porte e respeito, como: Moraes S/A, Celso Nunes, Pedro Machado, Franklin Veras, Roland Jacob, Ranulpho Torres Raposo, dentre outras como a Estrada de Ferro Central do Piauí que nos seus escritórios e oficinas ofereciam emprego aos seus filhos menos abastados, que eram a sua grande maioria. Essa última, em suas espaçosas oficinas, moldava com maestria peças idênticas àquelas fabricadas no Centro-Sul do País.

Como naquela época ainda não havia a influência desagregadora da televisão, o esporte era uma das principais formas de lazer, assim como os cinemas que levavam a juventude a divertir-se de uma forma segura e sadia.

No alvorecer da década de sessenta, aquela que marcou para sempre a vida de muitos sessentões de hoje, surgiu um grupo de abnegados pelo basquete, que organizava emocionantes campeonatos, em que a frequência, sempre à noite era muito boa, lotando a pequena quadra de esportes. Equipes como: Vasco, Flamengo, Fluminense, Águia Negra… que empolgavam os torcedores com as jogadas de craques consagrados, como os cestinhas, Murilo e Djalma Borges, o ótimo marcador Vespasiano, Luìs Beré, Tonga, Tina, José Narciso, Osvaldo… e na arbitragem, o bom João Oliveira. Outros craques existiram, mas a memória, como que asfixiada por uma nuvem de fumaça, não me permite visualizar.

Ao descer do bonde… e caindo na crudelíssima realidade, percebi que, o tempo é mesmo avassalador! E, tal qual, rolo compressor vai mudando tudo ao seu jeito, deixando tudo para trás. Resta-nos apenas, os resquícios da memória, que nos levam a uma época em que as pessoas se comunicavam com mais fraternidade, a juventude navegava por mares de calmaria que a levavam a um porto seguro, com os valores morais nos seus devidos lugares, e não totalmente invertidos, como nos dias de hoje!

Por Mário Pires Santana, escritor e jornalista de Parnaíba
Edição do Jornal da Parnaíba
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