sexta-feira, novembro 01, 2013

Sem porto e sem ferrovia a ZPE de Parnaíba está inviabilizada

A falta de ações concretas direcionadas ao desenvolvimento do estado tem tirado dos piauienses oportunidades extraordinárias de crescimento econômico e de geração de emprego e renda.

José Sarney deu dois grandes presentes para Parnaíba
Quando o então Presidente Sarney deu esse extraordinário presente ao Piauí, a nossa ZPE de Parbaíba, o fez notadamente acreditando estar ajudando o estado vizinho do seu, a começar a buscar seus caminhos voltados para o desenvolvimento e naturalmente que pensando na geração de emprego para a juventude do estado.

Estadista reconhecido como único na América Latina, o Presidente José Sarney, também mandou para o Piauí, o Centro Nacional de Pesquisas Agropecuárias da EMBRAPA, mais precisamente para a cidade de Parnaíba, um presente que à época analisada como inacreditável, afinal, o Piauí, não tinha um setor produtivo agrícola a altura de merecer tamanha e nobre distinção.


Centro Nacional de Pesquisas Agropecuárias
 da EMBRAPA
 em Parnaíba
Entretanto, o então Presidente Sarney queria ajudar mais o Piauí. Atendendo a um apelo do então governador Alberto Silva, fez a doação por 50 anos ao Estado do Piauí o tão sonhado  Porto de Luiz Correia, aliás, porto não, a ideia do porto, pois hoje nada existe que se possa denominar de porto, com os investimentos já verificados, imaginem àquela época.

Coube ao governador Wilson Martins a decisão de implantar a ZPE de Parnaíba, uma atitude nobre de quem naturalmente quer o melhor para o seu estado.

Porto de Luis Correia com obras totalmente paradas
Mas, o governador Wilson Martins, nunca imaginou que o Porto de Luiz Correia reiniciado no Governo de Wellington Dias, tivesse o fim trágico e inesperado de desvio de recursos paralisando a obra e que, tecnicamente não corresponda ao volume de recursos empregados. Daí, a intervenção do Ministério Público, por malversação dos recursos destinados à tão sonhada obra.

O porto de Luiz Correia está totalmente parado. Enquanto isso, o governador construiu paralelamente a ZPE de Parnaíba, naturalmente que acreditando na possibilidade de implantar um projeto, que, com quase duas décadas de ofertada ao Piauí, ainda não tinha sido construída.

ZPE de Parnaíba tecnicamente pronta
Agora vem o pior. A ZPE está pronta, tecnicamente falando ela é inviável, por falta do Porto e da ferrovia. Vamos explicar:
  • A ZPE do Ceará está implantada dentro do Porto de Pecém, numa área extraordinária e que já tem 200 empresas dentro da área disponível para as montadoras;
  • Para uma indústria estrangeira ou nacional se instalar dentro da ZPE do Piauí, naturalmente que vai trazer seus produtos desmontados pelo Porto de Pecém ou do Itaqui, no Ceará e Maranhão, respectivamente;
  • Tanto do Itaqui como de Pecém os produtos desmontados poderão vir de trem até Teresina e para Parnaíba o translado deverá ser feito de carreta, transportando os containers até chegar na ZPE de Parnaíba;
  • Ora, qual indústria vai optar pela ZPE do Piauí (Parnaíba), se terá que pagar 6 fretes, se não vejamos: de navio, trem e caminhão. Isso é óbvio, pois optando pela ZPE do Ceará, localizada dentro do porto de Pecém, ele pagará apenas 1 frete, saindo do navio direto para a ZPE ao lado do Pier de Pecem;
  • Claro e logicamente falando, em sendo assim, a ZPE do Piauí, perderá competitividade por falta do porto e da ferrovia, pois os custos com seis fretes três de vinda e três de volta, contra apenas um, para o porto de Pecem. Assim sendo, fica inviável o nosso sonho de fazer gerar milhares de empregos para a nossa juventude.
Complexo Industrial e Portuário do PECEM
CONCLUSÃO
O governador Wilson Martins cometeu o que se diz na gíria popular, colocou o carro à frente dos bois, quando, primeiro teria que ter viabilizado pelo menos a primeira etapa do porto ou pensado na recuperação da ferrovia Luiz Correia/Teresina.  

Aliás, até com a ferrovia seria inviável, pois sem o porto, implicaria em dois fretes a mais, navio e trem. Isso evidentemente inviabiliza qualquer competitividade com os cearenses que já estão em pleno vapor e funcionamento dentro do COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DE PECEM.

Infelizmente, é o laudo técnico para a nossa ZPE praticamente pronta, prestes a ser inaugurada, mas, sem condições técnica de competitividade com a concorrente cearense. Com a palavra os tecnocratas do governador Wilson Martins. A ZPE pode está pronta, mas não vai funcionar. É pagar, para ver.
É a nossa opinião de hoje, doa a quem doer.   


Edição do Jornal da Parnaíba | Por Tomaz Teixeira

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