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| O litoral compreendido do Delta do Parnaíba até o rio Acaraú eram terras dominadas pelos Tremembés |
O homem americano pré-histórico habitou o
Piauí há mais de 65.000 anos e outros povos também passaram na região em tempos
mais próximos existindo até hoje marcas
dessas vivências, encontradas em
diversos sítios arqueológicos espalhados por todo o estado.
Já no final
do século XV na região compreendida entre o atual litoral maranhense a
partir do delta do Parnaíba até a foz do
rio Acaraú no Ceará, o domínio da terra era mantido pelos tapuias Tremembés.
Esse povo ameríndio vivia da caça , pesca e do comércio com corsários europeus.
Eram exímios nadadores e se movimentavam nos manguezais com a mesma
facilidade dos animais e moluscos lá existentes que também eram base de sua alimentação.
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| A mulheres Tremembés eram exímias fabricantes de objetos de barro cozido |
Usavam o arco e a flecha como instrumento de
sobrevivência natural. Eram artífices na fabricação de canoas, objetos de barro
cozido, macuque (machado), jequi, landuá e curral de peixe feito de buriti,
instrumentos estes ainda hoje utilizados pelos seus descendentes.
Plantavam para o sustento principalmente a mandioca.
Comiam em
suas épocas de produção o guajirú, o
caju e o genipapo, sendo que desses dois últimos frutos silvestres faziam o vinho azedo denominado mocororó, o qual, bebiam em dias de festas trajados com suas vestimentas embelezados por
conchas, búzios e sementes silvestres
como o mulungu. Os Arajós ou Araiós pertenciam a essa nação e habitaram o delta
do rio Parnaíba, transferindo-se posteriormente para as margens do rio Magu.
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| Os Tremembés fabricavam objetos de barro cozido - a arte Tremembés |
Bem perto de onde moravam, nas cercanias da
Serra da Ibiapaba e nos vales dos rios que lá nascem, transitavam outras
tribos como os Tabajaras, Carirís, Tacarijus e
Alongás, que nas suas andanças chegavam até o encontro dos rios com o mar, praticando
o escambo com os valentes Tremembés que
detinham o poder de comercializar com corsários estrangeiros a
madeira e outros produtos notáveis em uso na época pelos europeus.
Esse, era o
ambiente no habitat dos Tremembés quando os portugueses Diogo Leite em 1531
visitou o Delta do Parnaíba, Luiz de
Melo em 1554 e Nicolau de Rezende em
1574 naufragaram na costa maranhense e
percorreram o litoral piauiense passando pelas
barras dos rios Portinho e
Camurupim e indo até a foz dos rios Ubatuba e Timonha.
A respeito
de Nicolau de Rezende existem lendas que tratam do seu tesouro perdido e de suas citações
poéticas a respeito do delta, quando
teria se expressado “As águas são labirintos entre florestas intocadas e a vida acompanha o pulsar incessante
das marés“ . E
referindo-se ao porvir, continuou “Quantos no
futuro colherão as riquezas desse tesouro ... Esse Paraíso resistirá aos
futuros desbravadores ?“
Da Série :
Estórias a Respeito da História da Parnaíba
Phb.
O8/10/2013 - Vic.
Por Vicente de Paula Araújo Silva “Potência” (foto ao lado)
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Da redação do Jornal da Parnaíba




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