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Nicolau Resende |
Visto de cima, o encontro do Rio Parnaíba com o
Oceano Atlântico lembra um quebra- cabeça gigante: bastam imaginar que cada
peça seja uma de suas 73 ilhas. Embaixo, é preciso decifrar os caminhos das
águas para navegar com segurança, não se perder nos igarapés e evitar encalhar
em um banco de areia. O aviso faz sentido. Os mais remotos relatos dessa
região, ainda selvagem, devem-se ao português Nicolau de Resende, salvo de um
naufrágio pelos índios tabajaras em 1571.
Além da cordialidade da tribo, Resende deixou
registrada em suas anotações a descoberta de um acidente hidrográfico raro: a
foz do Parnaíba, na forma de delta (a Quarta grega, representada por um
triângulo), que se divide em cinco ramificações ou braços e dá origem ao único
delta em mar aberto. A foz do Mississipi, rio que nasce em território
americano, também tem a forma de delta, mas ocorre em mar fechado: no Golfo do
México. Outros que se assemelham ao do Parnaíba são a foz do Rio Nilo, na
África, e a do Mekong, na Ásia. Os demais rios oceânicos desembocam direto no
mar e, a exemplo do Rio Amazonas, formam estuários – que é outro tipo de foz,
mais estreita.
Nicolau de Rezende, navegante que descobriu o Delta do Rio Parnaíba por volta do século XV e que teria sido primeiro homem civilizado a percorrer os caminhos do delta. Em 1571, perseguido por piratas, o português Nicolau de Resende aventurou-se escapar entrando em um igarapé do delta. Fugiu dos seus perseguidores, mas encalhou na maré baixa. Nunca mais sua caravela flutuou. Pesada, levava um rico carregamento em ouro. Nicolau sobreviveu porque fez amizade com os índios tremembés, da nação tapuia, habilidosos nadadores e pescadores que habitavam a região. Por 16 anos tentou em vão resgatar seu tesouro. A perda, segundo ele, lhe fez descobrir um outro tesouro ainda maior: o próprio delta do rio Parnaíba.
Nicolau de Rezende, navegante que descobriu o Delta do Rio Parnaíba por volta do século XV e que teria sido primeiro homem civilizado a percorrer os caminhos do delta. Em 1571, perseguido por piratas, o português Nicolau de Resende aventurou-se escapar entrando em um igarapé do delta. Fugiu dos seus perseguidores, mas encalhou na maré baixa. Nunca mais sua caravela flutuou. Pesada, levava um rico carregamento em ouro. Nicolau sobreviveu porque fez amizade com os índios tremembés, da nação tapuia, habilidosos nadadores e pescadores que habitavam a região. Por 16 anos tentou em vão resgatar seu tesouro. A perda, segundo ele, lhe fez descobrir um outro tesouro ainda maior: o próprio delta do rio Parnaíba.
O mapa do Delta do rio Parnaíba parece o desenho da palma da mão: o rio se divide em cinco dedos, e suas águas desembocam no oceano por meio dessas cinco bocas.
As cinco bocas do Delta do Parnaíba, no sentido oeste – leste, são barras chamadas Tutóia , Melâncieira ou Carrapato, Caju – todas maranhenses, a barra das Canárias (entre o Piauí e Maranhão) e por fim a barra do Rio Igaraçu, que desemboca no município piauiense de Luís Correia, próximo ao Porto Marítimo de Amarração – com prazo incerto para ser concluído.
A área total do delta é estimada em 2700
quilômetros quadrados. Distribuída de forma retangular, tem 90 quilômetros de
base – a orla – por 30 quilômetros de largura, onde estão os igarapés, os
mangues e as ilhas. No pantanal mato- grossense, 230 000 quilômetros quadrados,
cabem 85 deltas do Rio Parnaíba. As 73 ilhas, entre elas as ilhas Grande do
Paulino, Caju, Canárias e Santa Isabel, ocupam cerca de 80 000 hectares e são
dezesseis vezes maiores que a zona urbana de Teresina. Estima –se que 35% do
delta estão em território piauiense. Os outros 65%, no maranhão.
As dunas, formadas na região em que as águas do Rio Parnaíba se encontram com o Oceano Atlântico, chegam a atingir 40 metros de altura. Esta é uma das surpreendentes paisagens do conjunto, considerado “uma obra de arte da natureza”, e que começa a atrair turistas de todo os países. A base de apoio para os visitantes é o município de Parnaíba, a 360 quilômetros de Teresina
Por José Wilson | Jornal da
Parnaíba
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