| Manifestações em Parnaíba (Foto: Darklise Albuquerque) |
Os protestos que ganharam as ruas
em nosso país e ainda ecoam como um grito contra um desgoverno em vários níveis
da esfera federal, estadual e municipal, excetuando-se raríssimos(as)
representantes, coloca o poder público na guilhotina. A sociedade não suporta
mais tanta incompetência aliada a uma corrupção desenfreada. No que pese o fato
de vivermos uma democracia, onde escolhemos nossos representantes, pergunta-se:
se o governo é ruim, de quem é a culpa?
Vivemos um momento importante
para a consolidação da democracia brasileira. Tenho dito que esta não se deseja
apenas para discursos de que aqui temos a liberdade de escolher nossa
representação política, de forma “livre” e direta.
Entendendo-se por “participação
popular” a luta ou a exigência de uma coletividade para transformar ou alterar
o rumo de um determinado processo social, econômico, tecnológico ou científico,
através da vontade social, por “vontade política” entenda-se o desejo de uma
determinada autoridade político-administrativa de promover as alterações de
rumo do mesmo processo.
Assim esse conjunto de atitudes,
trabalhos e preocupações deve ter como objetivo fazer com que a participação da
sociedade se torne vontade política para operar as transformações necessárias
não apenas à sua sobrevivência, mas à melhoria na qualidade de vida. Muito se
fala, e sempre de maneira crítica, sobre a vontade política de quem está no
governo, esquecendo-se igualmente de que esta é fruto da vontade social.
Ora, somos nós, eleitores, que
votamos naqueles que hoje nos representam. É bem verdade que uma parte da
sociedade, marginalizada pelo sistema vil que não lhe permite ter as condições
mínimas de dignidade humana, termina por se submeter às práticas de corrupção
ativa e passiva em período eleitoral. Esforços já foram empreendidos pela
Justiça Eleitoral no sentido de coibir tais crimes, como exemplo a Lei Nº 9.840,
porém ainda insuficientes diante à “modernidade” das estratégias de compra do
voto.
Precisamos entender que nós eleitores
somos também vistos pelo poder público como contribuintes, muito pouco como
cidadãos. Exigir o devido respeito pelo protagonismo e na verdade como o grande
patrocinador da máquina estatal que somos, cabe-nos exigir que aqueles que são
“escolhidos” cuidem corretamente dos nossos recursos. E, que eles possam atuar
de forma em favor do público, em especial aqueles mais desprotegidos, é o
grande desafio.
E para que se compreenda todo o
campo de abrangência dos processos de decisão, faz-se necessário reconhecer os
papéis, nosso e dos agentes, e a composição das forças dentro do processo
global, sem o que torna-se praticamente impossível a mudança desejável. No
atual modelo de acomodação da sociedade (espera-se esteja no fim) estaremos a
reproduzir as mazelas que estão sendo expostas e reclamadas por todos os cantos
deste país. É preciso mudar, não queremos mais assim, como se tem visto
historicamente neste País, o estabelecimento de muitas políticas públicas descontinuadas
e descomprometidas com o futuro da nossa sociedade.
Parece complicado, mas não é. Nós
temos o poder. Nem nos damos conta que temos. Quem nos representa está, muitas
vezes, cuidando de interesses pessoais e de pequenos grupos. A hora de acordar
chegou!
Por Fernando Gomes, sociólogo,
cidadão, eleitor e contribuinte parnaibano.
Da redação do Jornal da
Parnaíba
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