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Igreja de N. S. do Monserrathe |
Está se aproximando o mês de
agosto quando a cidade da Parnahiba deverá estar comemorando 169 anos de sua elevação
à categoria de cidade e 251 anos de instalação da Villa de São João da
Parnahiba, prevista inicialmente para o lugar Testa Branca. O resgate histórico
da memória de nossa cidade vem se processando acentuadamente nos últimos anos,
dado o interesse dos parnaibanos, principalmente a juventude estudantil, em ter
conhecimento da trajetória vivida pelos seus antepassados a partir do lugar que
ao longo do tempo foi conhecido como Villa de Nossa Senhora de Monserrate da
Parnahiba, Villa Nova da Parnahiba, (a Villa Velha da Parnaíba é a atual cidade
de São Bernardo ) , “Cítio dos Barcos” (hoje seria Sítio dos Barcos), Villa de São
João da Parnahiba, e , enfim, cidade da Parnaiba.
Toda essa passagem épica teve
início legal a partir de 11 de junho de 1711, quando o pernambucano João Gomes
do Rego Barros na condição de preposto do rico empreendedor baiano Pedro
Barbosa Leal, por ocasião da instalação
da primeira feitoria de salga de carne na beira do Iguará (Igaraçu), solicitou
e obteve a permissão para construir uma igreja, a qual, seguindo o modelo da
existente em Salvador, no forte da ponta de Monserrathe, foi erigida e ainda hoje existe ali na Rua
Duque de Caxias, área do Porto das Barcas. Muitos personagens, que em vida por
aqui passaram, deixaram suas louváveis marcas às causas da Parnaíba. Entre
eles, destacaram-se nas suas épocas:
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Vista aérea do centro de Parnaíba, anos 30 foto do arquivo pessoal de Carlos José Candeira |
VILLA DE NOSSA SENHORA DE MONSERRATE
O Capitão-Mor João Gomes do Rego
Barros e sua esposa Maria do Monte Serrate Castello Branco – fundadores da
Feitoria e 1º dono legal da Ilha Grande de Santa Isabel a partir de 1725; Mandu Ladino – líder da revolta tapuia no
Norte do Piauí, Ceará e Maranhão; Bernardo Carvalho de Aguiar – Tomou a Villa
de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahiba após a invasão pelos índios Araiós
em 1712, quando da revolta tapuia; Manuel Peres Ribeiro – matador de Mandu
Ladino no exercício de sua função como Sargento-Mor da Villa de Nossa Senhora
de Monserrate da Parnahiba.
VILLA DA PARNAHIBA e VILLA DE SÃO JOÃO DA PARNAHIBA
Paulo Afonso – Comprador da Villa
da Parnahiba em 1728; João Paulo Diniz – fundou no lugar “Cítio dos Barcos” na beira do Igaraçu a 2ª Feitoria de Salga de
Carne de Gado e Courama bovina; Diogo Álvares Ferreira de Veras – proprietário
de um dos armazéns de salga de carne no lugar “Cítio dos Barcos”, foi, em 1762,
o líder do movimento para a instalação da Villa de São João da Parnahiba na
beira do Igaraçu, onde existia a Igreja construída por João Gomes e que naquela
época tinha como padroeira Nossa Senhora de Nazareth, santa de devoção da
influente família Abreu Bacellar. Domingos Dias da Silva e Manuel Antonio da
Silva Henriques – Implementaram a exportação do charque parnaibano, conseguindo
para isto a criação da alfândega na Villa; Cel. Simplício Dias da Silva -
Continuou a exploração comercial do charque iniciada pelo seu pai Domingos Dias
da Silva; José Gomes de Araújo e Cel. João José de Salles – como Manuel Antonio
da Silva Henriques eram Senadores da
Câmara, quando deram sustentação legal
ao movimento da independência no Piauí em 19 de
outubro de 1822, liderado pelos brasileiros Dr. João Cândido de Deus e Silva, Cel. Simplício
Dias e o Alferes Leonardo de Carvalho Castello Branco; Cel. Miranda Osório –
após a morte de Simplício Dias, passou a ocupar o seu lugar no comando das ações comerciais e
militares na Villa até a sua elevação à categoria
política de cidade da Parnaíba em 14 de agosto de 1844 ; Cap. Antonino Ferreira de Araújo e Silva – irmão
por parte de pai do poderoso Simplício Dias, sempre esteve ao lado do mano nas
causas que o mesmo defendia.
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Mercado de frutas de Parnaíba nos anos 30 |
Por ocasião da invasão da Villa pelas tropas
portuguesas comandadas pelo Major João José da Cunha Fidié, foi preso a bordo
do brigue de guerra infante Dom Miguel por ter remetido armas para Simplício
quando ele se encontrava no Ceará organizando aparato militar para retomar a
Villa. Exercia as funções de Juiz de Paz na Villa de São João da Parnahiba em
1832, quando se julgou suspeito para efetuar a partilha dos bens dos finados
Simplício Dias e Raimundo Dias, por ser cunhado e tio das partes envolvidas,
conforme consta no inventário de avaliação efetuado em 1832. Na luta para
liquidar a revolta Balaia no Piauí, estava em missão delegada por Miranda Osório,
comandante da guarnição militar na região da Parnahiba, quando em 1839, no
lugar Frecheiras (atualmente município de Cocal) foi assassinado. Portanto,
pode-se denominá-lo “Mártir das Causas
Legais da Parnaíba”.
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Desfile de 7 de Setembro na Praça da Graça, anos 40, foto do arquivo pessoal de Carlos José Candeira |
CIDADE DA PARNAHIBA
Miranda Osório – após a elevação
da Villa a condição de cidade, ocupou até o seu falecimento em 1877, o
exercício de liderança maior no município. Durante esse tempo, ocupou todos os
cargos importantes da cidade. Foi Comandante da guarnição militar, comandou a
luta contra os balaios na região da Parnaíba, liquidando o movimento no Piauí,
nas batalhas de Barra do Longá, Beirú,
Frecheiras e Contendas. Foi Comandante superior da Guarda Nacional e
Coronel Honorário do exército brasileiro. Já veterano, ofereceu-se como
Voluntário da Pátria à guerra do Paraguai.
Politicamente, exerceu as funções de Presidente da Câmara de Vereadores,
Juiz de Paz, Suplente de Juiz Municipal, Delegado de Polícia e Deputado
Provincial. Participou de todos os movimentos cívicos em favor das causas
brasilicas, como a Revolução de 1817, movimento de 19 de Outubro de 1822,
batalha de Genipapo e Confederação do Equador. Foi Cônsul da França em
Parnaíba, dignatário da Imperial Ordem da Rosa e membro da Ordem de Cristo.
Efetivamente, foi o substituto de Simplício Dias da Silva e Manuel da Silva
Henriques no comando das ações de governabilidade na então Villa de São João da
Parnaíba até os primeiros 30 anos de cidade da Parnaíba. Outros parnaibanos
destacaram-se nos séculos XIX, XX, e muitos outros nos dias atuais.
Por: Vicente de Paula Araújo
Silva “Potência”
Da redação do Jornal da
Parnaíba
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