Canteiro de obras do Porto de Luis Correia abandonado - A ferrugem corroendo os recursos aplicados Foto: Kléber Nogueira |
Nem o Ceará nem Pernambuco precisavam de dois
portos desde que estes tivessem calado suficiente e espaço para ampliar a
retroárea e píeres. A justificativa de um segundo porto, foi justamente a
questão de espaço para ampliar. Mesmo assim, o Porto de Recife e de Mucuripe
ainda trabalharam anos sobrecarregados até que um projeto de um COMPLEXO
INDUSTRIAL, isso mesmo, um COMPLEXO INDUSTRIAL fosse planejado em torno dos
futuros portos do Pecém e de Suape, e assim justificassem tecnicamente e
economicamente os mesmos. Veja que eles foram construídos longe da metrópole:
Pecém em São Gonçalo do Amarante e Suape em Ipojuca, justamente para evitar os
grandes centros urbanos. O porto de Luís Correia já vai nascer errado. Como
pode dar certo?
- Tem pouca profundidade;
- Está espremido por uma cidade;
- Tem péssima infraestrutura de acessibilidade terrestre;
- Está na "interland" (zona de concorrência) de dois portos grandes (Pecém e Itaqui);
- Não tem carga suficiente nas proximidades;
- Não vai tem uma carga específica (será provavelmente multipropósito);
- Está em uma região com intenso transporte de sedimentos.
Quanto a produção dos Tabuleiros Litorâneos: Seria uma ótima oportunidade se o porto já estivesse construído e inoperante. Você acha correto investir mais de R$ 400 milhões para fazer um porto, para receber navios com calado de no máximo 10 metros (que estão entrando em desuso) para container refrigerado, onde todo o pátio de armazenagens é bem específico, devendo inclusive possuir tomadas, quando se pode transporta-los em 5 horas para o porto do Pecém??? No Pecém já existe a estrutura para recebê-los. Acredito até que sai mais barato construir uma ferrovia que ligue Parnaíba ao Pecém do que mexer nesse Porto.
Mesmo que escolhesse utilizar navios de pequeno porte para cabotagem, como os
construídos pela LOGIN, estes têm calado de 11 metros, já teriam que operar por
maré e com capacidade de 2.070 containers (TEUs) de 14 ton, ou seja,
transportam quase 30.000 toneladas em uma única viagem. Se um produtor plantar
10.000 hectares de melancia em condições ideais, umas das frutas de maior
produtividade (35 ton/ha), a produção total é de 350.000 ton, mesmo que eu
considere que o navio só trabalhe com 80% da carga, só precisaria de 14 viagens
de um navio com estas características para transportar as 350.000 ton
produzidas. Portanto, você já pode perceber que é um porto que será ocioso, com
baixa produtividade e provavelmente altos custos. Precisaria 35.000 hectares de
melancia, por exemplo, para justificar a carga um navio por semana. Você acha
que o produtor iria esperar ter apenas um carregamento por semana, se ele pode
gastar apenas 5 horas e estar no Porto do Pecém? A questão é técnica-econômica.
Eu gostaria muito que o nível industrial de Parnaíba justificasse a carga para
a construção do Porto, mas infelizmente a realidade é essa! Talvez daqui a
25-30 anos a história seja outra... Veremos...
Rafael Tavares para o Jornal da Parnaíba
Clique Aqui e
saiba mais informações de Parnaíba e cidades circunvizinhas
Um comentário:
amigo quando o governo quer não tem jeito.ele pode muito bem dividir a carga de ferro garajas são luis pra desafogar o porto de itaquir em são luiz. se eles quizer faz uma ferrovia de são luiz a luiz correia é muito perto. a vale com parçeria com o gonveno fazem se não quizer eles tem o poder.(a sim se a familia sarney deixar).
Postar um comentário