Uso político do Porto de Luís Correia dificulta planejamento da cadeia logística

Porto de Luís Correia é considerado lenda na Paraíba

Um dos principais entraves para que o Brasil alcance maior competitividade no comércio internacional é a falta de um pensamento linear sobre a cadeia logística. Até hoje, todo o "planejamento" da atividade portuária é feito somente abordando as áreas dos portos organizados, sem pensar nos acessos, conexões e transbordos. Provavelmente porque a maior parte dos portos brasileiros é utilizada politicamente, seja para abrigar indicações, seja para fazer estardalhaço na mídia.

Veja o caso do Porto de Luís Correia, no Piauí. Desde 2007 Portogente publica textos mostrando as deficiências na estrutura no local. Mais de uma dezena de promessas não foram cumpridas nos últimos 25 anos. Deputados, senadores e governadores surgem garantindo verbas para que a região de Parnaíba desfrute de um porto competitivo, mas as garantias desaparecem num piscar de olhos.

Agora, parte da representação paraibana esperneia pelo fato de o Governo Federal considerar o espaço onde poderá operar o Porto de Luís Correia com vocação para a cabotagem, em detrimento da navegação de longo curso. Até porque, há outros grandes portos em estados vizinhos, como Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará. Assim, a navegação de cabotagem, criando conexões entre Luís Correia e outros portos, pode ser uma alternativa viável para diminuir custos de movimentação de cargas e gerar riquezas no estado.

O planejamento portuário necessita ser feito pensando em âmbito nacional, desde a produção até a entrega da mercadoria. Todas as regiões serão favorecidas neste cenário. Se assim o fizer, conforme vem dando algumas mostras, a ministra do Planejamento Miriam Belchior concretizará um grande acerto.

Apesar disso, a população piauiense duvida da implantação do Porto de Luís Correia, após tantas promessas não levadas à realidade. E como discordar?

Jornal da Parnaíba | Fonte: Portogente

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