segunda-feira, março 26, 2012

Piauí quebrou três vezes em apenas 20 anos


Alberto Silva, dirigiu o estado por duas vezes
Em sua história recente, o Piauí quebrou três vezes. A primeira foi em 1990, no segundo governo Alberto Silva. Uma onda de greves paralisou a administração pública. O governo perdeu por completo o controle das finanças e o Banco do Estado do Piauí (BEP), uma instituição quase cinquentenária, foi à bancarrota, sendo fechado pelo Banco Central.

O Estado foi reorganizado, a duras penas, no governo seguinte, de Freitas Neto. Inclusive o finado BEP foi ressuscitado. Porém, o Estado entrou em falência outra vez, no primeiro governo Mão Santa, quando teve que se desfazer da CEPISA – a joia da coroa – para juntar dinheiro para pagar a folha de pessoal.

O que levou o Governo do Piauí à quebradeira, naquela ocasião, foi sobretudo um aumento salarial que o governador inadvertidamente concedeu aos secretários de Estado. Houve um efeito cascata. A folha explodiu, e o Estado perdeu o equilíbrio financeiro, vindo a atrasar o pagamento dos salários do funcionalismo.

O Piauí contrariou o dito popular e mostrou que um raio cai mais de uma vez no mesmo lugar. Assim, a terceira vez que o Estado quebrou foi no segundo governo Wellington Dias. O total de servidores públicos cresceu 50% em seus dois mandatos, e o valor da folha de pessoal saltou em quase 500%. Houve muita gastança.

Uma das medidas a que o governo lançou mão para não fechar o Estado foi vender o Banco do Estado outra vez. O BEP já era lucrativo, mas teve que ser incorporado ao Banco do Brasil. Não foi o suficiente. Então, o Estado recorreu a empréstimos. Um por cima do outro, chegando a mais de R$ 1 bilhão e 300 milhões.

Agora o governo Wilson Martins está no desespero tentando liberar novos empréstimos para justamente pagar empréstimos e tentar aliviar a situação financeira do Estado. E nada pode dizer sobre a “herança maldita”. Quando o Piauí quebrou pela segunda vez, ele era líder do governo. Quando o Estado quebrou pela terceira vez, ele era vice-governador.

Edição: Jornal da Parnaíba | Por Zózimo Tavares/Diário do Povo

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