Não dá para entender o festival que o PT piauiense faz, desde segunda-feira, porque o Piauí apresentou um crescimento de 42% nos últimos dez anos. E daí? Se posta isoladamente, a taxa de crescimento do Piauí é expressiva. Se comparada às de outros Estados, ela desaparece. O Maranhão, por exemplo, cresceu no mesmo período 45%. O crescimento do Tocantins chegou a 50%. O resumo da ópera é que, entre os Estados mais pobres, o Piauí acabou sendo o que menos cresceu.
Não era para ser diferente. Durante toda a década, o Piauí pouco investiu em infraestrutura. Qual é a obra estruturante que foi feita no Estado neste período? Nem a Transcerrados, projetada para escoar a produção dos cerrados piauienses, foi feita. E o que dizer da energia? Quantas empresas de porte se instalaram no Piauí, atraídas por incentivo fiscal? Quantas?
Há ainda outra questão: nos demais Estados, luta-se para aumentar a base de arrecadação. O Piauí faz de outro modo. Pega o que tem, que já é pouco, e espreme, com arrocho fiscal. Não foi sem razão que muitas empresas piauienses atravessaram o rio e se instalaram em Timon. Há 6 anos, a cidade maranhense tinha 614 empresas. Hoje já são 8.874. Apesar de não ser essa maravilha toda, Timon já não tem mais um galpão para alugar.Seria uma estupidez negar o crescimento econômico do Piauí nos últimos dez anos. Mas seria outra estupidez avaliar que ele se deu de forma espetacular, como tentam apregoar os governistas, especialmente os petistas.
Seria uma estupidez também creditar tal crescimento ao governo. Pelo contrário. O governo atravancou o quanto pode esse crescimento, endividando extraordinariamente o Estado, abandonando obras públicas, contratando e não pagando, deixando muitas empresas em dificuldade e quebrando outras...
O Piauí cresceu, sim, mas a reboque do crescimento econômico nacional. O Estado precisa crescer em ritmo mais acelerado para sair da poeira do desenvolvimento. A comemoração do crescimento do Piauí só se justifica dentro daquele entendimento de que, para quem, não tem nada, um pouquinho já é o dobro.
Publicação: Jornal da Parnaíba | Por Zózimo Tavares/Diário do Povo
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