segunda-feira, junho 06, 2011

Pacientes e funcionários do HEDA em Parnaíba ficam expostos a mau cheiro


Refrigerador para dois cadáveres
O descaso com a saúde pública de Parnaíba é realmente um caso de polícia. É inadmissível que uma cidade do porte de Parnaíba não seja dotada de um Instituto de Medicina Legal-IML com instalações adequadas para um simples exame pós-morte. Funcionários e pacientes do Hospital Dirceu ficam expostos a mau cheiro por falta de um armário para cadáveres.

Vejamos este fato ocorrido hoje (06). O corpo de Fábio Antonio Santos Lima, 30 anos, mais conhecido como "Cosmo" foi encontrado já em estado de putrefação no inicio da manhã desta segunda feira (06), por volta das 07:00 horas nos carnaubais por trás da Industria Irmarc na localidade Fazendinha na Ilha Grande de Santa Isabel, em Parnaíba. Por volta das 11hs foi encaminhado para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde-HEDA, onde permaneceu até às 18hs. Como não temos IML em Parnaíba, em conseqüência também não existe uma geladeira, o corpo passou todo este tempo na pedra do necrotério daquele hospital, local onde deveriam ser colocados apenas os pacientes do HEDA que viessem a óbito.


Ocorre que o mau cheiro exalado do corpo, que possivelmente já estava morto há cinco dias, adentrava às outras dependências do hospital onde pacientes com baixa imunidade eram obrigados a respirar, algumas dependências do hospital tiveram que ser fechadas, as mais próximas do necrotério, por não ser possível trabalhar naquelas condições. Faz-se necessário lembrar que ali ainda existe uma cozinha, um refeitório e a parte burocrática do hospital. Todas as pessoas que ali trabalham estão expostas a esta situação. "Não dá para fazer refeição nesta situação" disse um funcionário que não quis ter seu nome revelado.

Já houve casos em que o corpo foi levado para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, passar horas esperando por um médico-legista para efetuar os procedimentos legais e ser liberado atendendo pedido pessoal da família para que pudesse fazer o sepultamento. Pior é que por não ter aparecido nenhum médico, não houve a possibilidade, sequer, de tirar a certidão de óbito. Este fato está registrado nos anais da Câmara Municipal de Parnaíba.

Outro caso que chamou a atenção sobre a falta de um local adequado para receber um corpo que precise de mais tempo para ser sepultado foi o episódio do advogado Giancarlo Curcuruto, 67 anos, de nacionalidade Italiana, radicado no Brasil e que se suicidou na Avenida São Sebastião. Por não existir IML em Parnaíba, apenas um carro tumba, o corpo teve que seguir para o IML de Teresina onde ficou a espera do pronunciamento do consulado italiano sobre o traslado para seu país de origem.

Quanto custa um armário para armazenamento frio e congelamento de dois cadáveres, produto essencial para que o hospital, ou sala de estar fúnebre, e o departamento de exame pós-morte, no caso o IML?  Os recursos da saúde não dão para comprar pelo menos isso?  Ou será mesmo descaso?

Redação: Jornal da Parnaíba

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