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| Ex-tenente-coronel da Polícia Militar do Piauí José Viriato Correia Lima |
Os advogados Wendel Olveira e Helder Câmara, patrocinadores da defesa do ex-tenente-coronel da Polícia Militar do Piauí, capitaneados pelo defensor público Ulisses Brasil, logo após a leitura da condenação, pediram a reforma da sentença, que deverá ser apreciada pelo Tribunal de Justiça do Piauí.
Em julgamento cuja sentença foi lida na madrugada deste sábado (05) pelo juiz Antônio Noleto, Correia Lima, foi condenado a 47 anos de reclusão como culpado pelos assassinatos dos representantes comerciais Einaldo Liberal Xavier Filho e Hélio Araújo Silva, no episódio batizado pela crônica policial como “Caso dos queimados”. Do fórum, ele foi conduzido para a Penitenciária Mista de Parnaíba, Dr. Fontes Ibiapina, 335 quilômetros ao norte de Teresina, onde já estava cumprindo pena em regime semi-aberto devido a outros crimes. Com a nova sentença o ex-coronel perde o direito ao regime semi-aberto e volta a cumprir pena em regime fechado. O promotor Eliardo Cabral, que funcionou na acusação, comemorou: "Foi feita justiça".
O julgamento durou 16 horas, tendo iniciado na manhã da sexta-feira e Correia Lima foi condenado por crime triplamente qualificado: motivo fútil, crueldade e impossibilidade de defesa das vítimas.
A defesa do ex-tenente-coronel usou várias medidas protelatórias para o caso não ir a julgamento e por três vezes obteve sucesso na obstrução. Foi preciso o juiz nomear um defensor público para que a sessão ocorresse. Houve de tudo durante as 16 horas: até um homem que se identificou como pastor tentor perturbar o julgamento, sendo advertido pelo juiz Antônio Noleto de que seria expulso da sala se voltasse a se manifestar.
O crime ocorreu no dia 06 de março de 1998 e obteve ampla repercussão em todo o Piauí. De acordo com a perícia, as vítimas teriam sido queimadas vivas e os corpos foram abandonados em um matagal nas proximidades do povoado Taboca do Pau Ferrado, na zona sudeste de Teresina. A crônica policial batizou como “Caso dos Queimados”. Desde a prisão de Correia Lima, em 1999, que era aguardado esse julgamento.
Ainda na manhã de sexta-feira, o delegado Bonfim Filho, comandante da comissão que investiga o crime organizado no estado do Piauí, desacreditava na realização do julgamento, temendo mais uma manobra protelatória da defesa. Mas ao saber do resultado, ficou emocionado com a condenação.
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Jornal da Parnaíba
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