Parnaíba fica órfã de representantes no cenário político piauiense e nacional

Parnaíba (PI) - Vista aérea

Pela primeira vez na história do Piauí, o município de Parnaíba e região litorânea ficam sem nenhum representante no cenário político piauiense e nacional.

Parnaíba sempre elegeu no mínimo um Deputado Estadual e, em algumas vezes, mais de um. Também não elegeu nenhum Deputado Federal (sempre tivemos pelo menos um). E, no senado, perdemos o único que tínhamos (Parnaíba contava com uma cadeira no senado há 20 anos, chegando a ter duas, simultaneamente, ora com Alberto e Mão Santa, ora com Chagas Rodrigues e Alberto). Para governador, de vez em quando, elegíamos um, casos de Chagas Rodrigues, Alberto 2 vezes, Mão Santa 2 vezes. Agora, pela primeira vez na história das eleições, Parnaíba ficou sem nenhum representante nato em todas as categorias.

Perceba que, em algumas oportunidades, Parnaíba chegou estar simultaneamente representada no cenário político por um Ministro (Reis Velloso), um Governador (Alberto Silva) e um Deputado Federal (Pinheiro Machado). Sem contar com o deputado Ribeiro Magalhães, que era radicado em Parnaíba e se elegia sucessivamente até o seu falecimento. Em outras oportunidades, chegamos a ter também, simultaneamente, um governador (Mão Santa) e dois senadores (Alberto Silva e Chagas Rodrigues), um Deputado Federal (Antonio José) e, pelo menos, um Deputado Estadual.

Desta vez, nos contentamos apenas com a merecida eleição de Juliana Moraes Souza, que é teresinense e, pelo fato de ser casada com o Deputado Moraes Souza Filho, que é parnaibano, estamos adotando a Deputada como se parnaibana fosse. Ainda assim, esta teve uma eleição difícil, tendo que buscar 4/5 de sua votação fora do município, porque se dependesse apenas dos votos de Parnaíba, não se elegeria.

Tererê poderia ter sido o nosso representante nato se tivesse saído de Parnaíba com expressiva votação, apesar de ter sido o panaibano mais bem votado não foi suficiente para garantir uma cadeira na assembléia legislativa.

João Unimagem foi outro que poderia ter sido o nosso representante na Câmara Federal (ficou na primeira suplência de sua coligação) que, embora tenha tido uma boa votação em Parnaíba, não tinha outros colégios eleitorais para garantir sua eleição.

Podem me chamar de bairrista pelo fato de defender os candidatos filhos de nossa terra, mas se nossa região já vem amargando pelo fraco desenvolvimento com os poucos representantes que tínhamos, imaginem sem nenhum como ocorre agora. Para quem nós iremos nos queixar agora? Em quem deveremos atirar pedra agora? Ou seja, agora não temos nem mesmo a opção para dizer que esse ou aquele nada fazem por Parnaíba.

Entretanto, ainda resta o segundo turno para que os parnaibanos possam remediar, dessa vez temos um candidato a vice-governador, com perspectiva de assumir o cargo de governador em 2014, podendo sair candidato a governador, tal e qual fez Wilson Martins nesta legislatura.

Acho que ficou uma lição para nós parnaibanos nesta eleição, ou valorizamos o “santo de casa” ou estaremos fadados ao esquecimento político e, consequentemente, ao subdesenvolvimento.

Por José Wilson

Edição: Jornal da Parnaíba