segunda-feira, setembro 20, 2010

Há médicos e policiais envolvidos na fraude no DPVAT, INSS e FGTS, diz delegado da CICO

Faminiano Araújo Machado
O depoimento do advogado Faminiano Araújo Machado teve início por vota da 9:00hs desta segunda-feira (20) e terminou no inicio da tarde, por volta das 14 horas. O advogado de defesa, Joaquim Magalhães disse que seu cliente foi apontado sem provas de chefiar uma quadrilha que aplica golpes do Seguro DPAVT, INSS e FGTS. Ele também diz que a polícia de Parnaíba, através do delegado Eduardo Ferreira só se preocupou em atingir o advogado.

O delegado Willame Moraes, da CICO – Comissão Investigadora do Crime Organizado que está a frente do caso que investiga fraudes no Seguro DPVAT, INSS e FGTS em Parnaíba, disse que fora as prisões já efetuadas e mandados de prisão que ainda estão abertos, mais pessoas ainda serão investigadas por participação na quadrilha, sendo médicos, cartórios e agentes policiais.


“A própria polícia disse que ainda não ouviu pessoas que são importantes para esclarecer o caso. O próprio delegado Willame da CICO, disse que tem um diretor de um hospital médico em Parnaíba que está sumido, e no caso é o suspeito de ter fornecido o atestado de óbito de Jean da Conceição quando este ainda permanecia vivo. A polícia ainda não conseguiu ouvi-lo, e também tem outro acusado de nome Rogério, que tem dez inquéritos. Como é que meu cliente é apontado como mentor da quadrilha se ele só está respondendo um inquérito?”, questiona o advogado de defesa Joaquim Magalhães.

Ainda segundo o advogado, Faminiano recebeu os valores do Seguro DPVAT, o qual responde criminalmente, referente ao exercício da sua profissão. “Ele recebeu os documentos do seu cliente solicitando o seguro DPVAT e recebeu os valores por ter legalizado a documentação como advogado”, argumentou Joaquim Magalhães.

O caso investigado pela CICO quanto ao DPVAT consta nos autos que o acidente de trânsito com Jean da Conceição, 29 anos, que resultou na sua primeira morte, foi forjado. O que teria rendido ao advogado Faminiano uma pensão de R$ 3,500. Ele recebia os valores através da sua esposa Maria Márcia, que estava participando do esquema, como mulher do acidentado, Jean da Conceição. Maria Márcia que foi presa junto com Faminiano está na Penitenciária Mista de Parnaíba Dr. Fontes Ibiapina e ainda não foi ouvida pela CICO.

Joaquim Magalhães acusa o delegado de polícia Eduardo, que preside o inquérito em Parnaíba, de ter intenção de apenas atingir o advogado Faminiano. “O delegado Eduardo teve intenção de atingir o Faminiano, apenas porque ele era o advogado, enquanto tem várias pessoas envolvidas nesta investigação e que nem foram ouvidas”, pontua a defesa.

Faminiano foi ouvido na CICO por mais dois processos que estão em andamento, um de apropriação indevida e de homicídio. No processo Faminiano seria o responsável pela morte de Jean da Conceição, que depois de ter participado do esquema de fraude, foi assassinado como queima de arquivo.

“Não existe nenhuma prova contra Faminiano em relação a morte de Jean. Ninguém presenciou, e não existe nada que prove sua acusação”, disse a defesa de Faminiano.

O advogado, que também é ex-presidente da OAB- de Parnaíba, voltou para a cela do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. De acordo com Joaquim Magalhães, já existe um pedido de habeas corpus na 1º Vara Criminal, sendo a relatora Rosimar Leite.

Edição: Jornal da Parnaíba

Nenhum comentário: