sexta-feira, agosto 20, 2010

Debate: Postulantes ao senado pelo Piauí protagonizam acalorada discussão

Debate foi marcado por briga de W. Dias, Heráclito, Mão Santa e Ciro
Exibido pela TV Meio Norte nesta quinta feira (19.08), debate com postulantes ao senado teve momentos de tensão entre os candidatos.

O debate realizado pela TV Meio Norte com os candidatos a senador tem momentos de tensão entre grandes figuras da política local, como o ex-governador Wellington Dias (PT), os deputados federais Antonio José Medeiros (PT) e Ciro Nogueira (PP), e os atuais senadores Mão Santa e Heráclito Fortes (DEM).

No total foram dez candidatos ao Senado que se enfrentaram diante das câmeras para uma audiência estimada em pelo menos 1,5 milhão de telespectadores. Os nomes citados, que lideram as pesquisas eleitorais até aqui realizadas, protagonizaram os momentos mais acalorados. O debate teve cerca de duras horas e quarenta minutos de duração.

ATRASO DE SALÁRIOS

O primeiro bloco foi o melhor. Quando Mão Santa fez perguntas a W.Dias, este petista o rebateu dizendo que o Governo do senador do PSC foi quem atrasou salários. Mão Santa ficou revoltado, esbravejou e pediu direito de resposta. Mesmo a comissão de advogados não fornecendo, ele continuou falando em voz alta, revoltado. O mediado do debate, Silas Freire, teve de acalmá-lo.

Em seguida foi a vez de Heráclito Fortes polemizar. Denunciou, em pergunta a Antonio José Medeiros, que o governo, sob a gestão de W. Dias, faliu a UESPI (Universidade Estadual do Piauí) e adotou políticas que resultaram em avaliação negativa para o ensino médio. Ele disse também que foram utilizados apenas 4% dos recursos estaduais em investimentos, o que prejudicou a atração de empresas para o Piauí. "Faltam estradas, energia elétrica e melhores condições de saúde para a população", disse Heráclito.

CANDIDATOS PESSIMISTAS

Medeiros ficou chateado e disse que o senador é pessimista, que torce contra o crescimento do estado. W. Dias usou das mesmas palavras para rebater as acusações. Segundo Fortes, o Piauí se transformou num "canteiro de obras inacabadas". Mão Santa disse que destinou recursos da ordem de R$ 150 milhões para o estado ao longo do seu mandato através de emendas ao orçamento geral da União. Falou também que alocou recursos de R$ 80 milhões para obras do porto de Luiz Correia. E emendou: "Se o 'gato comeu' o dinheiro, não tenho nenhuma responsabilidade sobre isso."

Wellington Dias criticou o governo Mão Santa ao dizer que o governo Lula cuidou bem do funcionalismo público federal. Enfatizou que o governo federal, sob gestão petista, não atrasou salários, "a exemplo do governo de vossa excelência". Ressalte-se que Mão Santa foi determinante para a primeira vitória de Dias como candidato a governador, em 2002. Na época, ele foi questionado sobre o atraso de salários na gestão do hoje senador e desconversou. A TV Meio Norte manteve banca com três advogados para avaliar pedidos de direito de resposta.

E HERÁCLITO VERSUS CIRO?

O ex-governador também teve pedidos negados. Porém foi atendido num deles. Wellington Dias falou que o Piauí vive um novo momento em sua história, tendo gerado, no primeiro semestre deste ano, cerca de 15 mil empregos, mais até do que os Estados Unidos da América. Esperava-se embate entre Heráclito Fortes e Ciro Nogueira (PP). Os dois chegaram inclusive a ensaiar um confronto no segundo bloco do programa quando Heráclito afirmou que o deputado federal do PP não pagaria IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), em Teresina, por residir numa área que alegadamente é uma reserva florestal. Nogueira comentou que o senador estava se irritando sem justificativa e reafirmou que seu posicionamento crítico no Senado prejudica liberação de verbas federais para o estado. "Senadores como o senhor destruíram o projeto do presidente Lula."

Em sua participação, o deputado federal e candidato a senador Antonio José Medeiros (PT) acusou Heráclito Fortes e Mão Santa de serem pessimistas, "razão pela qual o estado não consegue se desenvolver." Ele defendeu a educação estadual e disse que recebeu uma herança maligna do governo Hugo Napoleão (2001-2002), "do qual Heráclito Fortes fez parte." O debate mediado por Silas Freire começou às 21h30min e contou com a participação dos seguintes candidatos: Mão Santa, Heráclito Fortes, Wellington Dias, Antonio José Medeiros, Ciro Nogueira, R. Silva (PP), Moisés Pinto, Marineide Albuquerque e Zilton Duarte. Sentida a ausência do candidato Toinho do Frango. Integraram a mesa jurídica os advogados Igor Campelo e Astrogildo, do Sistema MN, além de Andréia Fontenele, da OAB/PI.

MARINEIDE ALBUQUERQUE SE DESTACOU

Marineide Albuquerque se destacou pelas críticas até mesmo à TV Meio Norte. Ela defendeu a realização de plebiscito nacional para limitar propriedade da terra em mil hectares. Ela afirmou que o Brasil precisa contar com financiamento público de campanhas para que candidatos que passaram anos no governo e enriqueceram não utilizem dinheiro público em campanhas milionárias.

Zilton Duarte acusou os parlamentares brasileiros de serem os mais bem pagos do planeta. Antonio Florentino afirmou que, para se desenvolver, o Piauí precisa de escolas profissionalizantes. R. Silva pregOU criação de fundo para melhorar salários de servidores da saúde e aprovação da PEC dos militares que institui piso nacional de R$ 3,5 mil. Pastor Moisés afirmou que é preciso uma política de valorização da juventude, sobretudo das mulheres jovens, e de combate à prostituição e às drogas.

Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: Waldir Pereira

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