quinta-feira, julho 08, 2010

CICO efetua prisões do escândalo DPVAT, quatro estão foragidos

Agentes da Comissão Investicadora do Crime Organizado (Cico) efetuaram a prisão de um casal que integra uma quadrilha acusada de fraudar o seguro DPVAT na cidade de Parnaíba. Entre os envolvidos há até um ex-presidente da OAB seccional de Parnaíba, o advogado Faminiano Araújo Machado.

Andreia Lorena Carvalho Nunes Costa e Rogério Nunes da Costa apresentaram-se na Delegacia Regional de Polícia Civil em Parnaíba na manhã desta quinta-feira (08/07), acompanhados de seu advogado, Dr. Celso.

No total, a polícia deve cumprir seis mandatos de prisão. Outros quatro suspeitos ainda estão foragidos.

Andreia e Nunes são casados e atuavam na região de Buriti dos Lopes e cidades vizinhas "arranjando" vítimas para dar entrada no seguro DPVAT, Nunes é Polícia Militar e está preso no 2º Batalhão Major Osmar em Parnaíba, sua esposa está em poder da Polícia Civil. O casal só prestará depoimento na parte da tarde.

De acordo com o delegado Willame Moraes, os quatro foragidos são: Luís Uirajá Gaspar Pontes, Maria Márcia Vieira, advogado Faminiano Araújo Machado e sua irmã, Farlhana Araújo Machado.

Segundo o delegado Eduardo Ferreira, como as informações foram vazadas na imprensa, a polícia está se empenhando o máximo possível para localizar os foragidos, e outros suspeitos podem ter a prisão decretada em breve. "Posteriormente mais pedidos de prisão serão feitos à Justiça", informou o delegado Ferreira.

Como eram praticados os golpes:

De acordo com o delegado da CICO, Carlos César, os acusados irão responder a inquéritos e ainda pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato e falsificação de documentos oficiais. "Uma pessoa tinha um acidente doméstico e o escrivão registrava a ocorrência como se fosse acidente de moto. Pessoas eram mortas por causas naturais e a quadrilha conseguia atestados de óbito e certidões de ocorrência, dizendo que os mortos teriam sido vítimas de acidentes de trânsito", falou.


O caso envolve ainda a acusação de assassinato contra o lavrador Jean Alves da Silva, que também morava em Parnaíba. O delegado Carlos César explica:

"O lavrador Jean por não ter comunicado ao INSS o falecimento da avó, fez com que o órgão depositasse mais de R$12mil reais na conta dela. Todos os pais e tios dele estavam mortos e, através do advogado Faminiano, criaram uma nova certidão de nascimento para o Jean Alves dos Santos, que era neto e foi transformado em filho. Com isso conseguiram a liberação do dinheiro da avó que seria do INSS".

Além disso, o delegado revelou que "Faminiano e sua quadrilha conseguiram casar Jean Alves com Maria Márcia Vieira, companheira do advogado. Depois, a morte do lavrador foi forjada através de um acidente de moto. Com isso, conseguiram a liberação do DPVAT no valor de R$13.500, sacaram o FGTS além de uma pensão por morte, que passou a ser paga a Maria Márcia no valor aproximado de R$3.500", esclarece.

Carlos César afirmou também que alguns indícios da fraude foram detectados pelo próprio seguro DPVAT e comunicados ao delegado de Parnaíba, Eduardo Ferrreira, que iniciou as investigações. "O delegado Eduardo Ferreira prendeu Jean que confessou tudo à Polícia e, no dia em que foi marcado o depoimento, o lavrador foi assassinado", conclui o delegado.

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Edição: Jornal da Parnaíba

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