
A operação, denominada Peçonha, foi realizada para o cumprimento de 22 mandados de prisão na cidade de Parnaíba (PI), Buriti dos Lopes (PI), Sobral (CE), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP), além de outros 27 mandados de busca e apreensão nas mesmas cidades para combater uma quadrilha de traficantes, segundo a PF.
A operação contou com a participação de 154 policiais federais, dos Estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, além de agentes também da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Polícia Civil.
De acordo com o Delegado da Policia Federal de Parnaíba, Marcos Costa, os traficantes são suspeitos também de roubos e assassinatos na região.
Dos 20 presos, 14 são de Parnaíba, dois de Buriti dos Lopes, dois de Sobral (CE) e dois de Fortaleza (CE). Outros dois mandados de prisão também serão cumpridos na cidade de São Paulo, segundo Marcos Costa. Também foram apreendidos drogas, veículos, armas e vários computadores.
JOSÉ MARIA COBRA COMANDAVA A ORGANIZAÇÃO EM PARNAÍBA
Segundo o superintende regional do Departamento de Polícia Federal no Piauí, Eriosvaldo Renovato Dias, que esteve a frente da operação em Parnaíba, a família acusada de comandar o tráfico de drogas no norte do estado do Piauí, além do líder da quadrilha, José Araújo Miranda, conhecido por José Maria Cobra, foram presos a mãe Maria Araújo Miranda e o irmão Antonio Araújo Miranda.
O outro membro da família, Aderson Araújo Lima, não estava no momento da ação e está foragido. Outro membro importante está foragido, Ângelo Safanelle, que reside em Luis Correia é acusado de homicídio e João Carlos, conhecido como Cabeção.
CRIMES FORAM ELUCIDADES COM AS PRISÕES
Também foi revelado pela polícia os nomes dos autores do assassinato do indivíduo conhecido por Manjuba, que fazia parte do grupo de José Maria Cobra, e era conhecido como o braço forte e homem de confiança do líder, o Cobra. Manjuba foi encontrado morto com um tiro na cabeça com as mãos e os pés amarrados. O crime aconteceu na madrugada do dia 15 de maio, em uma vereda no quilômetro 17 da BR 343. Flávio Araújo de Moraes, 30 anos, mais conhecido por Manjuba que residia no Conjunto Betânia II, rua M, casa 02.
As pessoas conhecidas por Ângelo, Juninho, que já está preso e Valtinho, que segundo o delegado, são comparsas de “Cobra”, mataram Majuba por ciúme, porque ele era o homem que Cobra tinha toda confiança. As prisões que foram efetuadas são temporárias e tem validade de 30 dias por se tratar de crime hediondo. “Conseqüentemente iremos transformar essas prisões em prisões preventivas”, disse o superintendente da PF, Eriosvaldo Renovato.
O BRAÇO POLICIAL DA ORGANIZAÇÃO
Segundo declarações do Superintendente da Polícia Federal, Eriosvaldo Renovato Dias, um sargento da Polícia Militar, Sargento Edvar Calixto foi pego nas gravações telefônicas mantendo contato por telefone com elementos pertencentes à quadrilha liderada pelo chefe do trafico em Parnaíba, Zé Maria (Cobra). “Ele prestava serviço de segurança para a quadrilha”, de acordo com declarações do Coronel Sidney, comandante do 2º Batalhão Major Osmar da Policia Militar do Piauí em Parnaíba, que acompanhou parte da “Operação Peçonha” na Delegacia da Policia Federal.
O Sargento Edvar Calixto, após ser interrogado foi encaminhado ao Batalhão de Policia onde ficará preso até a conclusão do inquérito policial e administrativo da corporação.
O NOME “OPERAÇÃO PEÇONHA”
Segundo o Superintendente da Polícia Federal o nome da operação foi batizada de "Peçonha" pelo fato de que o líder da quadrilha ter o apelido de "Cobra". Peçonha - é uma substância tóxica produzida e inoculada por aparato inoculatório presente no ser vivo produtor. Um exemplo é a peçonha de serpente.
A INVESTIGAÇÃO
"Demoramos oito meses em investigações antes de deflagrar a ação. Essa quadrilha era muito organizada. Eles tinham a pessoa responsável pelos homicídios, a pessoa que fazia a segurança, tinham muitos braços", afirmou o delegado da PF, Marcos Costa.Após um trabalho silencioso de oito meses de investigações, a Polícia Federal em Parnaíba monitorou as rotas de entrada de drogas da maior quadrilha de traficantes da região, liderada por José Araújo Miranda, mais conhecido por Zé Maria “Cobra”.
A Polícia Federal afirma que a quadrilha é responsável por vários assassinatos e roubos na região.O superintende regional do Departamento de Polícia Federal no Piauí, Eriosvaldo Renovato Dias, disse ainda que antes da “Operação Peçonha” ser deflagrada foi realizado um trabalho de forma silenciosa para adquirir elementos que comprovem a atuação da quadrilha. “A organização criminosa tinha até uma rádio FM que em sua torre eram mantidas câmeras que monitoravam quem entrava e saia nas proximidades da residência do “Cobra”. Várias câmeras instaladas projetavam imagem em um grande monitor dentro da casa”, disse o delegado Marcos Costa. “Com essa operação tiramos de circulação, eu diria que, a maior quadrilha de tráfico de drogas da região. Certamente a sociedade do litoral piauiense terá mais tranqüilidade daqui pra frente”, declarou o superintendente Eriosvaldo Renovato Dias.O delegado de Polícia Federal, Marcos Roberto, disse que foram monitorados três núcleos de entrada de drogas tendo como destino a pessoa de José Araújo Miranda. O primeiro núcleo de Sobral onde era enviada a droga via Chaval no Ceará, entrava por Luiz Correia e chegava finalmente até o “Cobra em Parnaíba.O segundo núcleo vinha de Fortaleza em um ônibus de linha normal, ou de carro particular. E o terceiro de São Paulo, capital, de onde foram apreendidos 15 quilos de cocaína. “Nós conseguimos monitorar essa quadrilha e conseqüentemente saber quem eram os seus fornecedores e como a droga chegava a Parnaíba. Fizemos a apreensão de algumas quantidades de drogas que eram enviadas para a quadrilha aqui ao principal traficante da cidade que era o Zé Maria Cobra e a partir daí nós traçamos o perfil do fornecedor da quadrilha de Parnaíba e a rota da droga”.
CURIOSIDADE NA CAPTURA DE MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO
O caso mais curioso no momento das prisões foi a detenção de dois membros da organização que faziam segurança na residência do Zé Maria Cobra. Dois dos indivíduos na hora em que a PF adentrou a residência do “Cobra”, que fica perto da Lagoa do Bebedouro, procuraram se esconder dentro do lamaçal da lagoa, mas havia policial por todos os lados (154 participaram da operação). Quando os policiais deram voz de prisão eles alegaram que estavam pescando. Não teve como não cair risada, apesar da seriedade dos policiais.
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