sábado, junho 27, 2009

Cidade de Cocal ainda vive desespero 30 dias depois da tragédia na barragem Algodões I

Um mês após o rompimento da barragem de Algodões I no município de Cocal da Estação, a situação das famílias atingidas continua igual ou pior a que o município viveu no dia 27 de maio, quando o “tsunami” de mais de 57 milhões de metros cúbicos de água atingiu a população da zona rural do município e da cidade de Buriti dos Lopes.
A maioria dos povoados atingidos ainda está sem energia, há exatos 30 dias. Além disso, as máquinas que o Governo do Estado enviou para restaurar as estradas não estão mais no município.
A estrada que liga a sede do município ao povoado Angico Branco, um dos mais atingidos pelas águas da barragem, está em péssimo estado. “Antigamente nós levávamos 20 minutos para percorrer este trecho e agora estamos gastando mais de uma hora e meia”, disse o vereador “Antônio de Araújo Rodrigues (PP), o “Toinho Enfermeiro” que mora no povoado Boiba, um pouco depois do Angico Branco.
Segundo ele, as máquinas há mais de 10 dias que não estão mais trabalhando na estrada e ficaram apenas alguns operários colocando terra molhada que mais piora a situação da estrada, pois o barro torna o trecho mais escorregadio. Em partes das estradas foram feitos apenas pequenos desvios. A forte chuva que caiu em Cocal nos últimos dias, piorou ainda mais a situação. Nestes locais a pista está cortada e não há sequer uma previsão para que voltem ao normal.
As famílias dos povoados, vítimas da enxurrada, também enfrentam dificuldades. Na localidade Boíba, por exemplo, há muito tempo que as famílias não conseguem tomar um copo de água gelada e até mesmo os refrigerantes estão perdendo prazo de validade porque as pessoas não querem comprar em temperatura natural. As mulheres não sabem mais o que é uma novela e para dormir só não está pior porque ainda chove muito na região, o que afasta o calor e faz com que as pessoas se cubram com os lençóis e evitem as muriçocas.
O cenário nos povoados ainda é desolador. Por todo lado que se olha só o que se vê ainda são postes caídos e fios pelo chão, além das árvores arrancadas e as casas derrubadas pela água. Os donos há muitos dias não aparecem no local. Para tentar resolver a situação os próprios moradores estão fazendo o trabalho que é de responsabilidade do Poder Público. Nas proximidades do povoado Angico Branco, as famílias tiveram que consertar uma ponte sobre um riacho porque era de suma importância e o Governo não resolveu o problema.
Segundo os moradores destes povoados, a única coisa que o Governo está fazendo direito é a entrega de cestas básicas e água potável para a população.
Diario do Povo/PI

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