
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que nos últimos dez anos foram registrados alguns avanços no Piauí, mas que as desigualdades no Estado ainda são grandes. Aumentou de 42% para 49% o contingente de piauienses que vivem com até um salário mínimo e cresceu de 0,26% para 0,4% o de trabalhadores que ganham acima de 20 salários mínimos, entre 1993 e 2003, o período pesquisado pelo IBGE.
“Temos uma grande concentração de rendas”, comentou Pedro Soares, chefe do Departamento de Divulgação do IBGE, no Piauí. “Houve um crescimento, embora pequeno, do número de pessoas da faixa salarial mais alta”, acrescentou o técnico. Ele informou ainda que houve uma redução na quantidade de pessoas “sem rendimento”, ou seja, que trabalham ajudando alguém da família e não tem salário. Eles eram 33% em 1993 e diminuíram para 27,4%.
O PNAD de 2003 acusou a existência de 205.500 pessoas em busca de trabalho. Esse pessoal representa 13 por cento da população economicamente ativa, ou seja, em idade de trabalhar. Deste total, cerca de 122.719 (60%) estão trabalhando e apenas querem mudar de vida, em busca de melhorias. 73% têm idade entre 18 e 39 anos. As mulheres estão em minoria entre aqueles que buscam mudar de emprego.
A pesquisa revelou ainda que houve uma redução no índice de trabalho infantil. A taxa de crianças e adolescentes trabalhando em 2003 era de 15,68% contra 23,57%. Existem 8.655 crianças de cinco a nove anos sendo exploradas no trabalho. “É um número considerado pequeno, mas existe e é grave”, comentou Pedro Soares. Os meninos são mais explorados e a maioria trabalha na agricultura.
Mais domicílios com luz e telefone
No Piauí, existem mais domicílios com energia elétrica e telefone. Embora tenha registrado um avanço significativo nos últimos dez anos, é o Estado nordestino com a menor cobertura de energia elétrica. Os 609.476 domicílios com luz elétrica representam 83 por cento dos domicílios pes-quisados em 2003. Em 1993, eram apenas 365.678, ou seja, 62 por cento, segundo o IBGE.
O crescimento mais significativo aconteceu no número de domicílios com telefone, dando um salto de 54.798 em 1993 (9% dos pesquisados naquele ano) para 223.528 no m 2003, o que representa 30% do universo.
Isso se deve à facilidade para adquirir um linha telefônica, que custa um valor elevado. Atualmente, paga-se apenas a assinatura junto à empresa telefônica.
Taxa de analfabetismo é alta
Melhorou a taxa de escolarização das crianças e adolescentes com idade entre 7 a 14 anos, mas a taxa de analfabetismo nesta faixa etária ainda é muito alta, mas caiu nos últimos anos, de acordo com o PNAD. Pelo menos 23,7 por cento das crianças e adolescentes com idade de estar cursando o ensino fundamental, são analfabetos. O Piauí tinha 120.676 analfabetos em 2003. A taxa de analfabetismo era de 26,7% em 2001.
Por outro lado, a taxa de escolarização das crianças e adolescentes de 7 a 14 anos melhorou, passando de 96,5 por cento em 2001 para 97,9 por cento no ano passado. Das 508.647 pessoas nesta faixa etária em 2003, 497.956 estavam na escola.
Melhora o emprego formal
O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu de 125.516 em 2001 para 142.060 no ano passado, revela a pesquisa do IBGE no Piauí. Os homens representam 55,9 por cento dos empregados nesta situação. Já o número de mulheres com carteira assinada subiu de 43,3% há três anos para 44,1% em 2003.
Cerca de 51 por cento do pessoal ocupado trabalha na agricultura e o número de empregados no comércio, que representavam 10% da mão-de-obra ocupada em 1993 passou para 26% por cento no ano passado. Esse crescimento também deve à inclusão de outros tipos de estabelecimentos, como oficinas, neste item.
Para cada grupo de 100 trabalhadores piauienses, existem 24 aposentados, segundo a pesquisa feita pelo IBGE, disse o chefe do Departamento de Divulgação do órgão no Piauí, Pedro Soares. O Estado tem 360.998 aposentados e pensionistas. "Temos mais gente aposentada agora", disse Pedro Soares. O número de mulheres aposentadas, por exemplo, passou de 53,9% em 2001 para 55,2% em 2003.
Fonte: Diário do Povo
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