Não
submeterei os leitores a uma retrospectiva da história chinesa, no entanto,
vale lembrar que os chineses, como coreanos e japoneses, compartilham herança
na qual se misturam genes e formas de viver (pensar, agir e sentir) de no
mínimo 03 “espécies” do gênero “homo”: o erectus, o neandhertal e o sapiens.
Isso, provavelmente, concedeu a estes povos orientais originalidade às vezes
difícil de compreender e aceitar para outros de regiões diferentes, como os do
ocidente.
Para
um sociólogo profissional, que pesquisa biologia evolutiva e neurociência, as
sociedades são organismos formados por populações de indivíduos que buscam
diariamente maximizar as chances de sobrevivência, espalhadas pelos diversos
ecossistemas do planeta. Isto significa que algumas terão mais sucesso e outras
fracassarão nessa luta difícil, tudo dependerá de uma palavra mágica:
adaptação.
As formas de viver com maior flexibilidade (resiliência) evolutiva construirão sociedades adaptadas às características do ambiente no qual se encontram, garantindo estabilidade a longo prazo para que esses povos possam criar a própria história. Nesta perspectiva, nada a estranhar diante de formas de vida exóticas que contrariam os padrões conhecidos por outros.
As formas de viver com maior flexibilidade (resiliência) evolutiva construirão sociedades adaptadas às características do ambiente no qual se encontram, garantindo estabilidade a longo prazo para que esses povos possam criar a própria história. Nesta perspectiva, nada a estranhar diante de formas de vida exóticas que contrariam os padrões conhecidos por outros.
Assim,
para compreender sociedades como a China se deve considerar que ela foi bem
sucedida no decorrer de mais de 2 mil anos, durante os quais, e apesar dos
conflitos internos, manteve a unidade e a identidade civilizatória do país sem
se fragmentar, sucedendo-se dinastias imperiais cuja legitimidade era conferida
pelo “Mandato Celestial”, concedido ao imperador para governar o mundo, isso
mesmo o que você leu, o mundo! Povos próximos ou distantes eram naturalmente
considerados bárbaros e vassalos, com os quais os chineses deveriam evitar
contato, pois nada tinham a aprender com eles!
Com
um pouco de imaginação o leitor perceberá que mesmo encerrando a fase imperial,
em 1912, os governos que se alternaram até 1949, ano da revolução comunista –
que inaugurou a estrutura de poder comandada por um partido único, em vigor até
hoje – as lideranças chinesas nunca abandonaram o passado milenar, procurando
reviver mediante encenação laica (secular) a sagrada estratificação hierárquica
de comando da sociedade construída por séculos pelas famílias imperiais.
A
imaginação controlada pelo conhecimento é ferramenta fundamental para o
cientista de todas as áreas, pois o obriga a ver além da realidade aparente.
Para isso ele tem de experimentar domínios diversos, como a literatura, o
cinema e a música, por exemplo, que instigam a criatividade e a fantasia. Em
geral a imaginação pode ser um guia para as interações sociais do cotidiano,
principalmente se concebidas como dramatização teatral no palco da vida, o que
ajuda a entender as intenções das pessoas por trás das atitudes tomadas, que
podem prevenir erros de avaliação que comprometem destinos, do tipo quando
alguém se apaixona pelo parceiro errado, por acreditar que ele era o “amor de
sua vida”, etc.! Um olhar arguto e imaginativo observaria que a maior parte da
teatralização fantasiosa do amor encobre uma intenção dominante elementar, o
desejo por sexo!
Faz
algum tempo me encontrava no bar de um grande amigo, como é comum a televisão
estava ligada, transmitindo no momento competição de ginástica olímpica
feminina da qual participavam atletas chinesas. Durante as provas notei que
numa mesa próxima um sujeito vibrava e batia palmas para a performance das
chinesas! Curioso, perguntei por que ele torcia tanto para elas e ele
respondeu: porque são da China, e a China é comunista e ele era comunista! Ah,
tá...! Com a resposta fiquei calado, afinal nada tinha com aquilo e qualquer um
admira quem quiser mas... o episódio ficou martelando na minha mente!
Quer
dizer que se eu sair por aí dizendo que
Publicação:
Jornal da Parnaíba
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