Devido a escassez das chuvas por quase dez anos aliada a implantação de
algumas barragens no leito dos rios Marruás e Portinho, que abastecem a Lagoa
do Portinha ela chegou a secar completamente. Mas depois de dois anos de bom
inverno, 2018 e 2019, a lagoa voltou a ter um bom volume d`água próximo ao que
já foi no passado. Veja nas imagens do PHB Drones como ela está atualmente.
Cercada de dunas que se movimentam com a ação dos ventos, a Lagoa do
Portinho é um dos mais belos cenários da natureza turísticas Piauiense. Suas
águas escuras contrastam com as areias brancas, a vegetação e um olho d'água
surge para dar vida à lagoa. Ideal para a prática de esportes náuticos, como o
Jet Ski e o Windsurf, a Lagoa do Portinho possui em suas margens barzinhos
aconchegantes e uma Colônia de Férias com opções de hospedagem, alimentação,
entretenimento e passeios de barco.
Macyrajara e Ubitã |
Segundo a lenda a Lagoa do Portinho teve origem nas lágrimas de Macyrajara pela morte de seu amado Ubitã.
A lenda da Macyrajara conta como surgiu a Lagoa do Portinho. De acordo
com a lenda, Macyrajara era uma linda jovem de olhos amendoados e cabelos
longos. Seu pai era o chefe Botocó da tribo dos Tremembés, que habitavam as
terras da margem direita do Igaraçu até o mar. Macyrajara conheceu Ubitã, jovem
guerreiro pertencente a uma tribo inimiga da sua, que habitava a planície
litorânea. Os dois se apaixonaram e passaram a se encontrar às escondidas.
Lagoa do Portinho em Parnaíba |
O pai de Macyrajara tomou conhecimento e, discordando daquele amor,
mandou prendê-la numa oca vigiada por sete guerreiros.
Ubitã, louco de saudades, procurou em oração se aconselhar com o deus Tupã. E à noite, quando dormia, Tupã lhe disse que Macyrajara estava presa e que ele não fosse procurá-la porque podia morrer. O destemido guerreiro, levado pela paixão, não ouviu os conselhos de Tupã. E, ao anoitecer, saiu à procura de seu grande amor. Ao chegar próximo à oca, foi atingido no peito por uma flecha inimiga, tendo morte imediata.
Macyrajara chora a morte de seu amado |
Macyrajara, ao tomar conhecimento da tragédia, saiu correndo e
desapareceu na escuridão da noite. Três dias após vagar pelas matas, parou em
um olho d'água. Naquele momento, começou a chover, ela, então, cheia de dor e
tristeza, começou a chorar. Ali suas lágrimas e a chuva se juntaram à aquelas
águas que corriam.
Tupã, apiedando-se dela, transformou suas lágrimas no rio que separou as duas tribos. Hoje, aquele rio chama-se Portinho e separa as terras de Luís Correia das de Parnaíba.
Por José Wilson | Jornal da Parnaíba
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