A doença acomete mulheres de 35 a 40 anos, mas pode se manifestar na
adolescência.
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Médica ginecologista e obstetra Brendaly Alencar |
A endometriose é uma doença crônica de difícil diagnóstico, uma vez que
os sintomas podem ser confundidos com os de outras patologias. Durante a
menstruação, o tecido do endométrio (camada interna do útero) cai para fora do
órgão. Na mulher com endometriose esse material menstrual se instala em outros
lugares (ovário, tuba uterina, cavidade abdominal e outras partes, como
intestino). Isso causa uma reação inflamatória e muita dor.
A médica ginecologista e obstetra, cooperada da Unimed Teresina,
Brendaly Alencar, destaca que apesar de crônica, a doença é benigna, mas é
preciso ficar alerta aos sintomas para conviver com a endometriose e evitar a
infertilidade.
“Não existe uma causa única, a fisiopatologia da endometriose também é
múltipla. É uma patologia benigna, crônica, que se caracteriza pela presença de
células do endométrio, que é a camada do útero fora do seu local habitual.
Dentre as causas, uma das mais citadas é a menstruação retrógrada, quando a
mulher menstrua, aquele fluxo menstrual extravasa também para dentro da
cavidade pélvica através das tubas uterinas. Cerca de 90% das mulheres também
têm fluxo menstrual retrógrado, e somente 10% apresentam a doença
endometriose”, ressalta.
A doença se manifesta de maneiras diversas em cada mulher, podendo ser
mais ou menos agressiva. A característica mais marcante é a dor pélvica crônica
(período maior que seis meses). A mais comum é a cólica menstrual mais intensa
do que o normal, mas também são relatadas dores pélvicas generalizadas,
incômodos fortes ao evacuar e ao ter relações sexuais, inchaço abdominal,
dificuldade para engravidar. A incidência da endometriose é mais frequente nas
mulheres após os 35, 40 anos, porém adolescentes também podem ter a doença.
“Os sintomas são muito incômodos, dor no geral não é muito bom sentir,
pode ter também outras queixas além da dor, como sintoma urinário, dor ao
urinar, frequência urinária aumentada, dispareunia, que é dor profunda no ato
da relação sexual. Além disso, a cólica na paciente que tem endometriose, tende
a ser até contínua, crônica, não necessariamente no período menstrual, e é
incapacitante”, frisa a ginecologista.
O diagnóstico é feito com alguns exames de rotina e outros mais
específicos. “Através das queixas, é indicado fazer exames de imagem, como
ultrassom transvaginal, preparo de colo ou ressonância. O diagnóstico
confirmatório precisaria de material, seria um anatomopatológico, que teria que
ter uma abordagem cirúrgica, uma laparoscopia para coletar aquele tecido e ter
aquela visualização da cavidade”, destaca.
O tratamento da endometriose em pacientes com sintomas mais leves pode
ser feito com uso de medicação. Já nos casos mais graves, a cirurgia é uma
opção. “Medicações como progestágenos, medicações hormonais ou os próprios
contraceptivos combinados são indicados e têm o objetivo de melhorar a
sintomatologia das dores. Já para pacientes com um grau de doença mais
avançado, até resultando na infertilidade, a abordagem para o tratamento é a
cirúrgica”, finaliza a médica.
A entrevista completa do programa Minha Saúde, está disponível no
youtube da Unimed https://www.youtube.com/watch?v=cr72Y5dvkA0 .