quarta-feira, setembro 24, 2025

Investidor recua e hidrogênio verde no Piauí se revela ilusão momentânea

Apesar dos discursos otimistas e dos anúncios de megaprojetos envolvendo hidrogênio verde no Piauí, o setor ainda não decolou como prometido. A explicação está no crescente medo dos investidores frente aos altos custos, incertezas regulatórias e à falta de infraestrutura adequada no Brasil para viabilizar a cadeia produtiva dessa nova matriz energética. Nos últimos anos, o Piauí se apresentou como uma das vitrines nacionais do hidrogênio verde, com empresas estrangeiras anunciando investimentos bilionários.

No entanto, até agora, pouco saiu do papel. Segundo especialistas do setor energético, o cenário ainda é marcado por “expectativa exagerada e pouca viabilidade prática”.  ” O hidrogênio verde ainda é uma aposta de longo prazo. Exige investimentos massivos em energia renovável, água em abundância e logística de exportação. O Piauí tem potencial, mas falta tudo o que é necessário para tornar esse potencial realidade”, afirma um analista do setor, sob condição de anonimato.

Outro ponto que afasta investidores é a ausência de uma política clara de incentivos e de um mercado consumidor consolidado. Sem garantias de demanda, as promessas de produção em larga escala soam, para muitos, como um salto no escuro. Com isso, o entusiasmo que chegou a cercar o estado  impulsionado por conferências, visitas diplomáticas e planos grandiosos  começa a dar lugar à frustração. A verdade é que, por enquanto, o hidrogênio verde no Piauí ainda é mais marketing do que mercado. 

Encarando/Silas Freire

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