Com foco em exportações, hidrogênio verde e sustentabilidade, projeto
busca integrar modais no Nordeste.
As operações iniciais estão previstas para dezembro de 2025, com o
desembarque de fertilizante marinho extraído localmente. No primeiro
quadrimestre de 2026, começa a movimentação de minério de ferro com navios de
pequeno porte utilizando o cais multipropósito de 150 metros, que já foi
concluído. “O Piauí já exporta mais de 7 milhões de toneladas de soja, farelo
de soja e milho, além de ser o maior exportador de mel do Brasil. Com o porto,
poderemos reduzir custos logísticos e abrir novas oportunidades para o estado e
toda a região”, afirma Raimundo Dias Jr., CEO do Porto Piauí.
A área de influência do terminal abrange mais de mil municípios do
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, representando cerca de 50% do PIB agregado do
Nordeste e do Tocantins. A integração com a Hidrovia do Parnaíba, que passou a
ser administrada pelo governo estadual em 2024, amplia o alcance logístico do
porto e permite alternativas intermodais para o escoamento de cargas. A gestão
da hidrovia também foi incorporada à Companhia Porto Piauí, ampliando sua
responsabilidade como autoridade portuária e operadora hidroviária.
Além do cais, o complexo conta com sede administrativa, pátio para contêineres,
canal dragado a sete metros de profundidade e infraestrutura básica. Projetos
estruturantes em fase de chamamento público ou com contratos já firmados
incluem terminais para granéis líquidos, carga geral, derivados de hidrogênio
verde e amônia — este último com investimento estimado em mais de € 550
milhões. As chamadas públicas seguem em expansão, com novos estudos para
terminais de H2V em andamento.
Dois novos terminais devem ser lançados até o início de 2026. Está
previsto um para granel sólido agrícola e fertilizantes, e outro para granel
sólido mineral, voltado à exportação de minério de ferro em larga escala. “Já
estamos implantando um terminal inicial para granel sólido mineral com solução
de transhipment, mas planejamos uma estrutura maior à medida que as jazidas
forem confirmadas”, explica Dias Jr. As reservas em processo de certificação
ficam a menos de 80 km do porto e têm potencial estimado de até 1 bilhão de
toneladas.
Sustentabilidade é um dos pilares do projeto
O foco do porto é em eficiência ambiental e transição energética. Um
dos destaques é o Greenet Park, projeto voltado à produção de hidrogênio verde
a apenas 20 km do terminal, selecionado em chamada pública para instalação de
terminal dedicado. “O Porto Piauí nasce com DNA 100% verde e digital,
comprometido com operações de baixo impacto e práticas sustentáveis desde a
origem”, afirma o CEO.
O projeto foi incluído no Novo PAC como obra prioritária do governo
federal. Entre as etapas concluídas estão a dragagem do canal de acesso e a
construção do cais. Outras licitações já em andamento incluem obras de
urbanização, cercamento, sistemas alfandegários, sinalização e o aprofundamento
do canal para 11 metros até o final de 2025.
Com capacidade estimada para movimentar até 27 milhões de toneladas por
ano em 2035, o porto atuará com granéis, contêineres, fertilizantes, pescados e
derivados de hidrogênio verde. Também está prevista a implantação de uma
unidade de processamento de pescado e investimentos em cabotagem e
multimodalidade. “Estamos construindo um porto para o presente e o futuro, com
foco em eficiência, sustentabilidade e inclusão do Piauí na cadeia global de
valor”, conclui Dias Jr.
Investe Piauí
A Investe Piauí, sociedade de economia mista criada em 2021 por meio da
Lei 7.495, é ligada à Secretaria de Fazenda e tem papel central na articulação
dos investimentos para o porto. Criada na gestão do governador Rafael Fonteles,
a empresa coordena projetos de infraestrutura e busca parceiros estratégicos
para consolidar o estado como um polo logístico e energético.
Por: Gabriela Lousada | portalbenews
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