Terminal abre caminho para economia azul e deve gerar 200 empregos diretos. Operação começa ainda este ano.
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Porto Piauí deve receber carga de fertilizantes marinhos ainda em 2025. | Foto: Divulgação |
A expectativa é que, com a liberação dos órgãos reguladores, as
primeiras operações comecem entre três e quatro meses, ainda no segundo
semestre.
Potencial do insumo natural
O fertilizante marinho é um recurso extraído do leito oceânico, rico
em cálcio, magnésio e fósforo. Após ser recolhido, ele pode ser aplicado
diretamente no solo, sem necessidade de industrialização química, o que o
torna uma alternativa mais barata ao calcário tradicional. Além do
uso agrícola, há interesse de indústrias farmacêuticas e de cosméticos no
material.
Segundo o presidente da Companhia Porto Piauí, Raimundo
Dias, três empresas já demonstraram interesse comercial na exploração
desse tipo de carga. “A expectativa é iniciar as primeiras descargas no último
trimestre deste ano. Estudos apontam uma reserva aproximada de 2 bilhões de
toneladas do fertilizante na costa do Estado, um volume capaz de atender, por
muitos anos, à demanda do agronegócio regional e ainda abastecer novas rotas
industriais, como os setores de cosméticos e farmacêutico”, destacou.
Logística e valor agregado
A operação será feita por pequenas embarcações, que coletarão o
sedimento a algumas milhas da costa piauiense. O material será descarregado no
porto e, em seguida, transportado por caminhões para processamento. Uma das
empresas interessadas pretende implantar a moagem inicial dentro da Zona
de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, ampliando a agregação de
valor antes da distribuição aos polos do Matopiba — região formada
por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
A chegada do fertilizante marinho à pauta de cargas do Porto Piauí
representa mais competitividade para o setor agrícola e uma nova
fonte de arrecadação estadual. Ao substituir parte dos fertilizantes
importados, o insumo reduz os custos logísticos e fortalece a sustentabilidade
da produção agrícola local.
Além disso, o projeto está inserido na chamada economia azul, que
visa o uso sustentável dos recursos marinhos. A estimativa é de que sejam
gerados cerca de 200 empregos diretos nesta fase inicial. “Estamos
prontos para colocar o Piauí no mapa da produção nacional de fertilizantes
naturais. É mais competitividade para o campo e mais desenvolvimento para o
nosso litoral”, afirmou Raimundo Dias.
Infraestrutura quase pronta
Com o canal de navegação já dragado e a obra do cais finalizada, o foco
da administração do Porto Piauí está agora na instalação das boias de
sinalização e no encerramento dos últimos licenciamentos ambientais,
etapa final para o início pleno das operações.
Por: Francy Teixeira | meionews
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