quinta-feira, julho 24, 2025

Porto Piauí inicia operações com carga de fertilizante usado na indústria de cosméticos; entenda!

Terminal abre caminho para economia azul e deve gerar 200 empregos diretos. Operação começa ainda este ano.

Porto Piauí deve receber carga de fertilizantes marinhos ainda em 2025. | Foto: Divulgação

Ainda em 2025, o Porto Piauí deverá iniciar oficialmente suas atividades comerciais com a movimentação de fertilizante marinho, marcando um novo capítulo no uso do litoral piauiense para exportações e logística industrial. O terminal, que acaba de concluir a construção do cais multipropósito de 150 metros de extensão, aguarda os últimos trâmites de homologação por parte da Marinha, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

A expectativa é que, com a liberação dos órgãos reguladores, as primeiras operações comecem entre três e quatro meses, ainda no segundo semestre.

Potencial do insumo natural

O fertilizante marinho é um recurso extraído do leito oceânico, rico em cálcio, magnésio e fósforo. Após ser recolhido, ele pode ser aplicado diretamente no solo, sem necessidade de industrialização química, o que o torna uma alternativa mais barata ao calcário tradicional. Além do uso agrícola, há interesse de indústrias farmacêuticas e de cosméticos no material.

Segundo o presidente da Companhia Porto Piauí, Raimundo Dias, três empresas já demonstraram interesse comercial na exploração desse tipo de carga. “A expectativa é iniciar as primeiras descargas no último trimestre deste ano. Estudos apontam uma reserva aproximada de 2 bilhões de toneladas do fertilizante na costa do Estado, um volume capaz de atender, por muitos anos, à demanda do agronegócio regional e ainda abastecer novas rotas industriais, como os setores de cosméticos e farmacêutico”, destacou.

Logística e valor agregado

A operação será feita por pequenas embarcações, que coletarão o sedimento a algumas milhas da costa piauiense. O material será descarregado no porto e, em seguida, transportado por caminhões para processamento. Uma das empresas interessadas pretende implantar a moagem inicial dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, ampliando a agregação de valor antes da distribuição aos polos do Matopiba — região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Desenvolvimento e impacto regional

A chegada do fertilizante marinho à pauta de cargas do Porto Piauí representa mais competitividade para o setor agrícola e uma nova fonte de arrecadação estadual. Ao substituir parte dos fertilizantes importados, o insumo reduz os custos logísticos e fortalece a sustentabilidade da produção agrícola local.

Além disso, o projeto está inserido na chamada economia azul, que visa o uso sustentável dos recursos marinhos. A estimativa é de que sejam gerados cerca de 200 empregos diretos nesta fase inicial. “Estamos prontos para colocar o Piauí no mapa da produção nacional de fertilizantes naturais. É mais competitividade para o campo e mais desenvolvimento para o nosso litoral”, afirmou Raimundo Dias.

Infraestrutura quase pronta

Com o canal de navegação já dragado e a obra do cais finalizada, o foco da administração do Porto Piauí está agora na instalação das boias de sinalização e no encerramento dos últimos licenciamentos ambientais, etapa final para o início pleno das operações.

Por: Francy Teixeira | meionews

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