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Terrenos cercados em Luís Correia (PI) são causa de conflitos - Imagem: Arquivo pessoal |
Segundo a denúncia, as cercas têm afetado diretamente pescadores e
marisqueiras que vivem ou trabalham nas praias do Arrombado, Peito de Moça e
Macapá. Além disso, eles denunciam que há uma atuação de facções criminosas no
controle de territórios na região, o que criou uma "lei do silêncio"
contra as ilegalidades.
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Terrenos cercados na praia de Macapá, em Luís Correia (PI) - Imagem: Arquivo pessoal |
Imagens feitas por drones e enviadas à coluna por moradores mostram diversos terrenos fechados em áreas que ficam à beira-mar e ao lado da parte urbana da cidade. Em nenhuma dessas áreas, porém, há construções de grande porte feitas ou em andamento.
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Terrenos cercados na praia de Macapá, em Luís Correia (PI) - Imagem: Arquivo pessoal |
A recomendação foi que a SPU fizesse uso de "medidas coercitivas,
devendo também proceder à cobrança de multas e dos demais valores devidos à
União em razão do período de cercamento irregular".
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Terrenos cercados em Luís Correia (PI) - Imagem: Arquivo pessoal
"As áreas próprias ao turismo sofrem a ação de grileiros para especulação imobiliária. Já as facções, pelo que sabemos, fecham áreas inteiras onde ninguém pode habitar e fazer atividades de pesca ou agricultura, por exemplo. Os nativos são afastados e ninguém quer tocar no assunto", completa.
A coluna entrou em contato com moradores, mas todos preferem não dar
entrevistas com medo de represálias. Em conversas informais, porém, eles contam
que suas vidas são afetadas pelas cercas.
"Elas impedem as pessoas de circular. Os pescadores perderam acessos de pesca, precisando fazer um outro caminho para acessar as embarcações. Aarisqueiras têm receio de chegar com o carro, pois se sentem vigiadas. As cercas impedem também de guardar as canoas, e a comus mnidade é tratada como invasora", resume uma moradora.
Ela afirma que as estacas foram colocadas por empresários que se dizem
agora donos de áreas que seriam de propriedade federal e sempre foram usadas
pela comunidade. Para ela, o objetivo é tentar obter as terras para um futuro
uso visando o aumento do fluxo turístico.
"Temos áreas que estão em processo de regularização junto à SPU a
favor dos pescadores, nas praias do Macapá e do Arrombado, mas a demora tem
feito eles saírem de suas áreas tradicionalmente ocupadas porque empresários e
empreendimentos particulares estão ocupando. Os pescadores da praia do
Arrombado por exemplo, estão tendo que rebocar todo dia suas canoas pra casa,
porque não tem espaço pra deixar", relata.
Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou
verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes
jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Por: Carlos Madeiro : Colunista do UOL
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