Ação visa apurar impactos socioambientais do projeto da empresa Solatio em Parnaíba.
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Ministério Público Federal (MPF) |
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento investigativo para apurar possíveis irregularidades e impactos socioambientais relacionados ao projeto H2V Piauí, da empresa Solatio, que planeja instalar uma usina de produção de hidrogênio verde (H2V) no município de Parnaíba, localizado a apenas 2 quilômetros do Delta do Rio Parnaíba, uma Área de Proteção Ambiental (APA) no estado. A iniciativa surge em resposta a denúncias que indicam potenciais prejuízos a comunidades tradicionais de pescadores artesanais e trabalhadores rurais, além de riscos ao ecossistema local.
De acordo com despachos do procurador da República Tranvanvan da Silva
Feitosa, foram expedidos ofícios a dois órgãos federais, o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Agência Nacional de Águas
e Saneamento Básico (ANA). O prazo para que esses órgãos apresentem informações
detalhadas sobre o projeto da Solatio e a documentação disponível é de 20 dias.
O ofício enviado ao ICMBio solicita esclarecimentos sobre possíveis implicações
do projeto em áreas de conservação sob sua responsabilidade, enquanto à ANA
foram requisitados dados sobre o uso dos recursos hídricos e os efeitos do
empreendimento na bacia hidrográfica da região.
O MPF busca instruir sua investigação com base em uma notícia-fato
sobre os impactos da usina de hidrogênio verde, que integra grandes
empreendimentos de produção de energia na região. Apesar das promessas de uma
transição energética sustentável, a procuradoria enfatiza que os direitos das
populações locais e a preservação dos ecossistemas não podem ser
desconsiderados. A apuração ocorre em um contexto de crescente atenção
internacional sobre a transição energética, especialmente com a COP 30
programada para novembro de 2025 em Belém (PA).
A ação do MPF foi motivada pela Carta das Comunidades, Instituições e
Movimentos Sociais do Piauí, que expressou "profunda preocupação"
pela falta de consulta e informações acessíveis sobre o projeto da Solatio.
Vale mencionar que, em um tempo recorde, o governo do Estado concedeu a licença
de instalação para a empresa apenas seis dias após a audiência pública que
apresentou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), permitindo que a
construção da usina inicie, com um investimento estimado em R$ 27 bilhões e a
promessa de gerar cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos. O governador
Rafael Fonteles destacou a importância do empreendimento, afirmando que ele
trará benefícios concretos para a população local.
Fonte: Com informações O Correio Diário
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