terça-feira, fevereiro 04, 2025

Denúncia anônima expõe falta de material e estrutura no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, no Piauí

Crise no hospital revela uma falha grave na gestão da saúde estadual repassada para gestão de organizações sociais

Hospital Estadual Dirceu Arcoverde de Parnaíba: tudo na gestão da OS ISAC seria de fachada (Reprodução)
Um servidor do Hospital Regional Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, no Litoral do Piauí, a 350 km de Teresina, denunciou a grave falta de materiais para curativos e a precariedade na estrutura da unidade de saúde. Segundo o relato, pacientes com ferimentos graves estão sem os cuidados adequados devido à ausência de insumos básicos, como gazes e coberturas para curativos.  

O hospital está sendo gerenciado pela organização social ISAC (Instituto Saúde e Cidadania). O governo afirma que se trata de contrato de parceria na gestão junto à Secretaria de Estado da Saúde do Piauí. O Sindicato dos Médicos entende como privatização. Os servidores também. E reclamam de que muita coisa piorou. Eles reclamam até de que os salários estariam atrasando regularmente.

O denunciante, que prefere manter sua identidade em sigilo para evitar retaliações, descreve um cenário alarmante: "Os pacientes estão com feridas expostas, alguns com 'bichos' nos pés, e não há material disponível para cobrir os ferimentos. A situação já se arrasta há mais de uma semana, e não há previsão de reposição." 

Ainda de acordo com a denúncia, a orientação dada aos acompanhantes dos pacientes é que registrem reclamações na ouvidoria do hospital. No entanto, a servidora acredita que essa medida não tem surtido efeito: "Eles já foram orientados a procurar a ouvidoria, mas parece que ninguém está ouvindo. Tudo na gestão é de fachada."

E enfatiza: "Ora, como é que o governo vai investigar o próprio governo? A ouvidoria é um órgão da administração estadual, a serviço da OS. Não tem sentido."

A crise no hospital revela uma falha grave na gestão da saúde pública e expõe pacientes a riscos de infecções e complicações sérias. Até o momento, a Secretaria de Saúde do Estado não se pronunciou sobre as denúncias.

Fonte: Debate Piauí /Toni Rodrigues

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