O perito-geral do Departamento de Polícia Científica do Piauí, Antônio Nunes, informou nesta quinta-feira (2) que, em até três dias, deverá ser confirmado se o jovem de 18 anos, morto após sinais de intoxicação em Parnaíba, foi envenenado ao consumir peixe tipo manjuba.
“A gente conseguiu coletar material logo no início [da ocorrência], e
acredito que daremos uma resposta nos próximos dois a três dias, talvez até
antes”, declarou o perito.
Além da vítima fatal, sete familiares que também consumiram o alimento
foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo
Corpo de Bombeiros. As vítimas pertencem à mesma família de Ulisses
Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, que morreram em agosto de 2024
após ingerirem caju envenenado. Os dois casos ocorreram no Conjunto Dom
Rufino, em Parnaíba.
Duas mulheres e uma criança, de 11 anos, seguem internadas no Hospital
Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA).
Manjubas recolhidas para perícia
"Além dos exames cadavéricos e dos realizados em pessoas vivas,
nós enviamos peritos à casa e também recolhemos arroz no local",
destacou.
Também foram coletadas amostras de uma lagoa próxima, onde ocorre um
fenômeno que tem causado a morte de peixes. Embora ainda não se saiba se há
relação com o caso, o perito enfatizou a importância de uma análise ambiental.
“Há relatos de peixes mortos em uma lagoa. Não estou dizendo que tem a ver,
mas, como é uma investigação, nossa equipe de perícia ambiental recolheu
amostras de peixes e da água para análise", ressaltou.
O perito informou que todos os familiares apresentaram sintomas
semelhantes, como complicações neurológicas, gastrointestinais e respiratórias,
após ingerirem o alimento.
Entenda o caso
O delegado Renato Pinheiro afirmou que uma criança e um jovem de 18
anos foram mortos após comerem uma porção de peixe do tipo manjuba. Eles seriam
primo e tio das crianças mortas envenenadas com caju. No entanto, o IML
registrou a entrada apenas do corpo do jovem e a assessoria do Hospital Dirceu
Arcoverde (Heda) afirmou que ninguem morreu no hospital.
Entre os familiares hospitalizados está Francisca Alves, mãe dos
garotos envenenados em agosto do ano passado.
Uma testemunha relatou ao Cidadeverde.com que um homem, ainda
não identificado, teria doado uma cesta básica contendo as manjubas para a
família no final da manhã do incidente. Pouco tempo após consumir os peixes, os
membros da família começaram a passar mal, apresentando sintomas como
mal-estar, vômitos e salivação excessiva.
O delegado afirmou que ainda é cedo para descartar qualquer hipótese e está sendo apurada uma correlação entre os dois casos.
Por Rebeca Lima e Mikaela Ramos | cidadeverde
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