São mais de 500 cartas catalogadas, testemunhos de milagres, provas de virtudes e fama de santidade que integram os documentos que chegaram ao Vaticano para comprovar a beatificação de Dom Inocêncio López Santamaria, que pode ser o 1º santo que viveu no Piauí.
O bispo Dom Inocêncio morou por
27 anos no município de São Raimundo Nonato (a 517 km de Teresina) e fez
história combatendo a fome, a seca e o analfabetismo. Este mês completa 66 anos
de morte do religioso que é considerado um dos maiores missionários do País.
Conheça aqui a história de Dom
Inocêncio
Em breve, Dom Inocêncio, será
elevado aos altares da Igreja Católica, mas antes precisa passar por uma série
de investigação. A primeira fase, a diocesana, inquérito aberto pelo Tribunal
Eclesiástico há 7 anos, foi concluída.
“A investigação reúne mais de 7
mil páginas com milhares de documentos comprobatórios, laudos, pareceres e
testemunhos sobre a vida de Dom Inocêncio. É uma grande autoridade religiosa e
moral que esteve no contexto do Piauí e me atrevo a dizer que é um dos maiores
evangelizadores do Brasil. Ele pregava o bem estar das pessoas seja religiosa,
social, econômica, psicológica, espiritual e até na moralidade. Na educação
teve uma atuação marcante”, destacou o postulador-geral da Ordem dos Padres
Mercedários, frei Reginaldo Roberto Luiz, que acompanha o processo.
“Superada a fase diocesana, o
processo chega à sua fase romana, onde terá continuidade com estudos e análises
no Dicastério para a Causa do Santo”, disse o frei Reginaldo.
Os documentos passam a ser
analisados por teólogos e cardeais até ser oficializado santo (servo de Deus)
pelo Papa Francisco. Não há limite de prazo para essa canonização.
Bebê acordou do coma
Um dos milagres atribuído a Dom
Inocêncio seria de um bebê que acordou do coma.
Há relatos de uma grávida de sete
meses que sofreu acidente de moto em outubro de 2016. Em estado grave, os
médicos conseguiram fazer o parto. O bebê ficou cinco dias em coma e após os
familiares rezarem para Dom Inocêncio o bebê e a mãe se salvaram.
Entregava dinheiro escondido aos
pobres
Um dos relatos é que o religioso
colocava dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da
família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar
constrangimento.
Segundo investigação, Dom
Inocêncio construiu 28 escolas naquela região e 700 km de estradas, poços,
açudes e capelas entre 1931 a 1958.
Pedido da Ordem Mercedária
Uma equipe de Roma, contratada
pela Ordem Mercedária do Brasil, exumou em fevereiro de 2017 os restos mortais
do religioso espanhol.
Entre os documentos está cerca de 500 cartas escritas por Dom Inocêncio endereçadas ao Papa, ao presidente da República, às autoridades estaduais pedindo alimentos, água e estradas para a região de São Raimundo Nonato.
“É como se toda a vida dele estivesse mapeada. Ele viveu e escreveu. Nós também tivemos muita sorte porque, além dele escrever muito, ele colocava no carbono e fazia copias (das cartas)”, disse Frei Reginaldo.
Dom Inocêncio morreu de câncer em
1958, aos 83 anos, em Salvador.
O pedido de beatificação e
canonização do religioso foi feito pela Ordem Mercedária, congregação que tem
800 anos e integrava Dom Inocêncio.
A coleta dos documentos ocorreu
entre os anos de 2015 e 2019 na Espanha, em Roma e no Brasil, nas cidades em
que Dom Inocêncio morou e trabalhou. No Piauí, a comissão recolheu material em
São Raimundo Nonato e Bom Jesus de Gurgueia.
Fonte: Cidade Verde
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