Nessa quarta-feira (15), um dos suspeitos alvo da operação Terra Prometida deflagrada em Cajueiro da Praia, litoral piauiense, se entregou à polícia.
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Demetrio Oliveira da Silva |
As equipes cumpriram 24 mandados judiciais, sendo 10 de prisão
temporária, 13 mandados de busca e apreensão e um mandado de reintegração de
posse. Um dos alvos, Demetrio Oliveira da Silva, se entregou ontem e já foi
encaminhado ao sistema prisional. Demetrio possui uma associação denominada
Associação Comunitária do projeto Assentamento da Nova Barra Grande.
As investigações apontam que as invasões de terras de propriedade da União tiveram início em 2020, durante o período da pandemia, mediante a destruição de cercas e o estabelecimento de novos marcos territoriais sem o conhecimento da Secretaria de Patrimônio da União – SPU, ou ainda mediante pedidos de utilização de imóvel junto a esta instituição com documentos com indícios de falsidade.
Além disso, identificou-se que terras da União foram vendidas,
inclusive em duplicidade, levantadas casas de fachada (sem ocupação efetiva) e
feitas pequenas plantações a fim de justificar a posse antiga nas terras
esbulhadas.
Em decorrência desses crimes, houve o ajuizamento de diversas ações de
reintegração de posse na Comarca de Luís Correia/PI e ainda inúmeros registros
de Boletins de Ocorrência na Polícia Civil por conta dessas invasões promovidas
pelos investigados.
Após os diversos conflitos judiciais, houve a criação de associações de
moradores com o objetivo de mascarar invasões ilícitas às terras da União ao
argumento do exercício de atividade agrícola nas terras há vários anos por
comunidade tradicional inexistente.
Para o sucesso da empreitada criminosa, moradores do município de
Cajueiro da Praia/PI foram arregimentados a aderirem às associações e incitados
ao cometimento dos crimes mediante a promessa de obtenção de lotes de terras.
Em 2021, intensificaram-se os conflitos, as invasões violentas, a
prática de crimes ambientais, crimes contra patrimônio, incêndios, porte de
armas brancas de modo ostensivo e extração de minérios objetivando a rápida
ocupação às terras a fim de consolidarem o domínio na região.
As apurações identificaram que os líderes investigados, por meio das
condutas acima, obtiveram as maiores porções de terra e já realizaram o
loteamento clandestino com vistas à especulação imobiliária, auferindo vantagem
indevida.
Por: Bruna Dias | portalr10.com
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