Antes dos bancos públicos suspenderem o consignado do INSS, seus pares privados já haviam comunicado a decisão no dia anterior
Os bancos públicos Caixa
Econômica Federal e Banco do Brasil se juntaram aos seus pares privados e
decidiram suspender a concessão de crédito consignado para aposentados. A ação
é uma resposta ao Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que reduziu o
limite de juros que as instituições podem cobrar na modalidade.
Sem consultar a equipe econômica
do governo, o CNPS reduziu o teto para a cobrança de juros do crédito
consignado de 2,14% para 1,70% ao mês. A entidade também cortou o limite para
os juros do cartão consignado de 3,06% para 2,62%.
Em nota, o Banco do Brasil disse
que está fazendo estudos sobre a viabilidade técnica das novas condições. “Tão
logo haja novidades sobre a retomada das contratações no âmbito do convênio,
informaremos”, diz a nota.
Já a Caixa informou que o novo
teto estabelecido para o consignado é inferior ao praticado pela instituição e
confirmou que a linha está suspensa.
Dentre os privados que
confirmaram a suspensão do crédito até o momento estão Itaú Unibanco, Banco Pan
e Daycoval.
Entidades repudiam redução do
teto do consignado
Dia 16/03 a Federação Brasileira
de Bancos (Febraban) emitiu nota dizendo que a decisão de suspender o crédito
não foi coletiva e que, considerando que cada banco tem sua política comercial,
as instituições não teriam de reportar à entidade a concessão ou suspensão de
linhas de crédito.
Quando a decisão do CNPS foi
anunciada, a organização já havia se manifestado contra, argumentando que a
redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta tanto do empréstimo
quanto do cartão de crédito consignado.
“Os patamares de juros fixados
não suportam a estrutura de custos do produto e os novos tetos têm elevado
risco de reduzir a oferta do crédito consignado, levando um público, carente de
opções de crédito acessível, a produtos que possuem em sua estrutura taxas mais
caras
(produtos sem garantias), pois
uma parte considerável já está negativada”, diz a nota da Febraban.
Juntas, as duas linhas de crédito
consignado do INSS – empréstimo e cartão – têm saldo de R$ 215 bilhões, de
acordo com a Febraban, e alcançam cerca de 14,5 milhões de tomadores.
Leia mais: Quais as chances de a
crise no americano SVB acontecer com os grandes bancos brasileiros?
A Associação Brasileira de Bancos
(ABBC) fez coro à Febraban e ressaltou que a redução do teto pode obrigar os
tomadores de crédito a migrar para modalidades com taxas mais elevadas, como o
empréstimo pessoal, que tem taxa média de 5,24% ao mês.
“Iniciativas como essas geram
distorções relevantes na precificação dos produtos financeiros, produzindo
efeitos contrários ao que se deseja, na medida em que tendem a restringir a
oferta de crédito mais barato, impactando na atividade econômica, especialmente
no consumo, sendo dessa forma contrária às iniciativas do Governo de fomentar o
crédito no país”, afirmou a ABBC em nota.
Fonte: Seu Dinheiro
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