quinta-feira, fevereiro 02, 2023

Tem festa no mar: Dia de Iemanjá

Mãe de todos os orixás está na origem das divindades e na geração de tudo o que existe. 02 do Fevereiro Dia de Iemanjá.

No entanto, os negros também foram amputados em sua fé, já que a religião de seus senhores era o catolicismo. Assim, ao serem obrigados a se renderem ao Deus do homem branco, pela resistência e preservação de suas raízes criaram o que hoje conhecemos como sincretismo. Passaram a associar suas divindades aos santos católicos, cujas relações estabelecidas entre santos católicos e orixás variavam de uma região para outra.

Isso explica, por exemplo, o por quê de alguns orixás serem “ligados” a mais de um santo católico. Vale ressaltar que essa variação é peculiar de cada região do Brasil. Desse modo, Iemanjá pode ser sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, na Bahia, Nossa senhora da Conceição, no Rio Grande do sul, e Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora das Candeias, em outras regiões brasileiras. O sincretismo também favoreceu, de certa forma, uma "melhor aceitação" da religião no Brasil.

A primeira religião genuinamente brasileira, a Umbanda surgiu em 1908 através do médium Zélio Fernandino de Moraes. Foi através do “Caboclo das Sete Encruzilhadas” que o plano espiritual fez chegar ao plano terreno a missão de propagar e estabelecer a umbanda como religião para a prática do amor a Deus, ao próximo e à caridade. Uma religião que não se estabelecia como verdade absoluta, mas que reconhecia todas as outras como caminhos válidos para se chegar a Deus. Talvez seja essa a razão pela qual a umbanda traz em sua liturgia princípios oriundos do catolicismo, espiritismo e do candomblé.

Reverenciada na umbanda, onde sua linha é chamada popularmente de povo d’água, a Rainha do Mar é festejada pelos seus devotos em 2 de fevereiro, e também homenageada no dia 31 de dezembro. Considerada mãe de todos os orixás, Iemanjá está na origem das divindades e na geração de tudo o que há no Universo. O amor maternal é sua característica marcante, é o amparo materno. Por ter em si as qualidades criativas e geradoras de Deus, torna os seres e criaturas mais capazes de se adaptarem às condições e meios adversos.

(Texto: Emilia Lemos, Sandro Vasconcelos e Gian Velberto, estudiosos das religiões afro-brasileiras) acervo.avozdaserra.com.br

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