Data comemorada em 6 de setembro desperta para o tema
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Geriatra Márcia Umbelino |
Especialistas afirmam que, para manter uma saúde sexual na maturidade é
fundamental envelhecer com saúde, uma vez que doenças e alterações hormonais
podem comprometer o desejo. “Depressão, diabetes, síndromes metabólicas
(aumento de colesterol, triglicerídeos e glicose), parkinson, doenças
neurodegenerativas, alterações hormonais e lúpus podem afetar a libido”,
destaca a geriatra que atua com medicina integrativa, Márcia Umbelino. “Já a
alteração no cortisol pode diminuir a testosterona e em consequência o desejo,
assim como a menopausa e a andropausa (no homem) precoce”, completa a médica
que também é especialista em modulação hormonal e soroterapia.
Insônia, estresse, fadiga crônica, abuso de álcool, uso de drogas como
a cocaína, tratamentos oncológicos e alterações na tireoide são outros fatores
que costumam interferir na libido, de acordo com médicos e especialistas.
Márcia Umbelino ressalta que costuma indicar suplementação para melhorar a
produção de testosterona de forma endócrina (pelo próprio organismo). “Mas
quando o problema é uma síndrome metabólica, por exemplo, é indicada uma
reposição hormonal, porque o paciente fica muito inflamado e não produz os
hormônios normalmente“, recomenda a geriatra, acrescentando que os medicamentos
contra a hipertensão arterial alteram a ereção e os antidepressivos,
ansiolíticos e estabilizadores o desejo.
Entre os segredos para envelhecer com saúde que valem também para uma
vida sexual ativa estão: praticar atividade física, dormir e se alimentar bem,
evitar o tabagismo e fazer check up anual.
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Psicóloca Flávia Freitas |
Não é só a saúde que interfere na performance sexual. O bem estar
mental é importante nessas horas. A psicóloca Flávia Freitas destaca que alguns
tabus rondam o sexo na terceira idade, mas com as atitudes certas, é possível
ter uma vida sexual plena. “É preciso aceitar as mudanças físicas e ter
criatividade a respeito delas. Isto significa esquecer o desempenho do jovem e
buscar novas formas de contato íntimo e de satisfação sexual. Tirar o foco da
penetração e aprender a estimular e receber estímulo em outras áreas do corpo
pode ser o caminho”, aconselha Flávia.
A ginecologista especialista em sexualidade, Nathalie Raibolt, explica
que, nessa fase da vida, é preciso ampliar o contato com o corpo todo, pois a
excitação, a ereção e a lubrificação podem demorar mais para acontecer.
“Experimentar acessórios e produtos eróticos, uma camisinha diferente,
lubrificantes com sabor e aroma e brinquedos sexuais também são opções. É uma
fase para explorar a criatividade, estimulando o prazer físico e a excitação
psicológica também”, comenta a médica.
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Médica Raibolt |
Entre as principais queixas de quem passa ou já passou pelo climatério
e a menopausa está o ressecamento vaginal. Segundo Nathalie Raibolt, o problema
é esperado na maturidade. Para prevenir e tratá-lo, a melhor opção é a
reposição local de estrogênio no início dos sintomas. “O uso de hidratantes
vaginais também pode ser útil para quem tem contraindicação ao uso de hormônio
local”, indica.
Apesar da despreocupação com a gravidez, outros cuidados devem ser
mantidos nessa faixa etária. Mesmo na maturidade não se está livre de DSTs, por
isso, a ginecologista mantém a recomendação do uso de preservativo,
principalmente quando há troca frequente de parceiro.
Raibolt explica que os riscos do sexo são os mesmos para todas as
idades, mas considerando que há recursos para diminui-los, não se deve evitar
oportunidades de experimentar o prazer por isso. O prazer é bem-vindo durante
toda a vida. O sexo ajuda a manter a percepção de conexão com uma parceria e de
autoestima, por isso, ele não deixa de ser uma área importante da vida com o
passar do tempo. “Pelo contrário, muitas mulheres relatam que experimentam o
melhor do sexo na maturidade, pela autoconfiança e liberdade que conquistam
nessa fase da vida”, finaliza Nathalie.
Outro ponto que desperta atenção são os benefícios do orgasmo e da
masturbação para a saúde da mulher madura. Ambos garantem um estímulo ao fluxo
de sangue na vulva e na vagina. De acordo com Nathalie, como o sangue é o que
nutre os tecidos, essa manutenção pode fazer diferença nos incômodos causados
pela menopausa.
A psicóloga Flávia Freitas acrescenta que conversar sobre sexo também é muito importante. “Sentir-se confortável é fundamental e nada melhor do que trazer o assunto à tona. Fale de suas dificuldades e também de suas preferências. Busquem juntos soluções para as dificuldades”, recomenda a psicóloga.
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