O Brasil registrou, nesta semana, o primeiro caso de um animal de estimação infectado pelo monkeypox, vírus que causa a varíola dos macacos. A contaminação foi identificada em um cachorro de 5 meses que vive em Juiz de Fora (MG). A principal suspeita é de que a transmissão para o filhote, que não teve a raça identificada, aconteceu por meio do dono, que foi diagnosticado com a doença no início do mês. Ambos estão bem, segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
O caso foi identificado pela
Fundação Ezequiel Dias (Funed) na última segunda-feira, 22, que informou a
situação para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de
Minas Gerais (Cievs Minas). Em nota divulgada nesta quarta, 24, o Ministério da
Saúde também confirmou o caso.
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Com o diagnóstico confirmado, o
paciente foi orientado pela equipe de saúde de Juiz de Fora a manter o filhote
isolado e que, na necessidade de algum contato próximo (para alimentação e
higienização) com o animal, ele utilizasse luvas, máscara, blusa de manga
comprida, calça para cobrir a pele, e que a área de contato fosse higienizada
com água sanitária.
A transmissão da varíola dos
macacos pode acontecer por meio do contato direto com erupções cutâneas,
crostas ou fluidos corporais de pacientes infectados; contato físico íntimo
(beijo, abraços ou sexo); e também por secreções respiratórias e gotículas em
situações de contatos prolongados.
De acordo com a informação da
Regional de Saúde, tanto o dono quanto o filhote passam bem. A recomendação é
que o isolamento seja praticado por até 21 dias depois da aparição dos
sintomas, ou até que o paciente se recupere totalmente.
De acordo com o levantamento do
Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira, o Brasil registra, até o
momento, 4.144 casos positivos de varíola dos macacos no País e uma morte
causada pela doença. Com 2.640 casos confirmados, São Paulo é o Estado com o
maior número de diagnósticos.
Em Minas Gerais, onde o caso de
transmissão animal foi relatado e onde único óbito pelo monkeypox no Brasil foi
registrado, são 228 casos positivos de acordo com o boletim da Secretaria de
Saúde do Estado, também divulgado nesta quinta.
Terceiro caso no mundo
Até então não havia evidência
documentada de transmissão da doença do ser humano para animais no Brasil. No
mundo, só há dois relatos do tipo até o momento: um nos Estados Unidos, e outro
na França, onde foi identificado o primeiro caso.
O episódio, que chegou a ser
publicado na revista científica Lancet, levou o Centro de Controle e Prevenção
de Doenças (CDC) dos Estados Unidos a atualizar seu site para incluir os cães
entre os dez animais suscetíveis a ser contaminado pelo monkeypox.
Como cuidar do animal infectado:
Se o animal for exposto à varíola
dos macacos, as recomendações de cuidado são:
*Separar o animal doente de
outros para evitar o contato direto, por pelo menos 21 dias após o adoecimento
ou até se recuperar totalmente;
*Utilizar água corrente ou soro
fisiológico molhado na gaze para limpar feridas para evitar infecção;
*Usar equipamentos de proteção
individual (EPI), como avental, óculos, luvas e máscaras, blusa de manga
comprida e calça se precisar ter contato com o animal;
*Lavar as mãos após o contato e
descartar os resíduos médicos (gaze) de forma segura e que não seja acessível
para outros animais, sobretudo roedores;
*Utilizar colar pós-operatório e
evitar que o animal lamba as erupções na pele ou mucosas;
*Usar água sanitária para
desinfetar roupas de caminhas, recintos, pratos de alimentos e quaisquer outros
itens dos animais infectados, e lavar os objetos depois com água corrente e
sabão;
*Não utilizar medicamentos, ou
praticar algum tratamento, sem prévia consulta de médico veterinário;
*Evitar o contato com pessoas
imunosuprimidas, grávidas, pessoas que tenham filhos pequenos presentes
(menores de 8 anos de idade), ou com histórico de dermatite atópica ou eczema -
o público pode estar em risco aumentado de desfechos graves da doença;
*Em casos suspeitos, notificar ao Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde locais, imediatamente - canais de comunicação Ministério da Saúde: notifica@saude.gov.br / 0800 644.66.45.
Fonte: Estadão Conteúdo
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