segunda-feira, maio 23, 2022

Dia Mundial da Tartaruga: confira curiosidades sobre a espécie nas praias do Piauí

Data foi instituída pela American Tortoise Rescue, para ser um dia de conscientização e divulgação de informações sobre essas espécies, que estão entre as mais antigas do planeta.

Tartaruga da espécie oliva — Foto: Assessoria/Tamar

Você sabia que o litoral do Piauí, apesar de ser o menor em extensão do Brasil, é o mais querido pelas tartarugas marinhas? E que elas gostam da areia grossa das nossas praias? No Dia Mundial da Tartaruga, o g1 reuniu curiosidades sobre essa espécie tão dócil e querida, e a relação delas com a costa do estado.

Nesta segunda-feira (23) é comemorado o Dia Mundial da Tartaruga. A data foi instituída pela American Tortoise Rescue, uma entidade norte-americana de proteção às tartarugas e cágados, para ser um dia de conscientização e divulgação de informações sobre essas espécies, que estão entre as mais antigas do planeta.

Berçário de tartarugas

Filhotes de tartarugas marinhas são liberados ao mar no Piauí — Foto: Tartarugas do Delta

O litoral do Piauí recebe visitas de todas as cinco espécies de tartaruga que vivem no Brasil. Três delas têm as areias do estado como berçário, onde fazem centenas de ninhos todos os anos. As espécies são:

  • Tartaruga de pente
  • Tartaruga oliva
  • Tartaruga de couro (ou gigante)
  • Tartaruga verde
  • Tartaruga cabeçuda

Praias ideais para a aspécie
Tartaruga verde — Foto: Globo Repórter
O litoral do Piauí está recortado geograficamente por estuários e efluentes do rio Parnaíba, o que deixa esse ambiente com áreas produtivas no ecossistema marinho.

O encontro dos rios com o mar faz a mistura de nutrientes, que vêm e vão com as marés trazendo esses elementos dos estuários e misturando com as águas costeiras.

Segundo o Instituto Tartarugas do Delta, contribuem também as praias com relevo diferentes, praias erosivas, íngremes, a granulometria da areia grossa e a presença de bancos de gramas marinhas.

Tartaruga-gigante encontrada no litoral do Piauí recebeu equipamento de monitoramento via satélite — Foto: Instituto Tartarugas do Delta

São essenciais para o ecossistema

Segundo o Instituto Tartarugas do Delta, as tartarugas marinhas prestam um serviço ambiental gratuito: elas se alimentam de algas e ajudam no controle da população delas.

Sem as tartarugas, a população de algas bloqueia a passagem da luz, e a luz solar é essencial para a produção de oxigênio para as demais espécies de vida marinha.

Tartaruga de Pente também é considerada em extinção no estado — Foto: Rui Rezende/ Sema

Além disso, as tartarugas marinhas agregam valor turístico. A presença dela nas praias piauienses é um sinal de que estamos em um ambiente sustentável.

Seis tartarugas-cabeçudas (Caretta caretta), que receberam tratamento médico após serem capturadas acidentalmente por pescadores, foram levadas à praia nesta quinta-feira (11) em Gnejna Bay, em Malta. Técnicos auxiliaram os animais no retorno ao mar. — Foto: Darrin Zammit Lupi/Reuters

Riscos à vida das tartarugas

Instituto Tartarugas do Delta faz palestra para estudantes em Parnaíba, no Piauí — Foto: Instituto Tartarugas do Delta

Nesta segunda, os biólogos do Instituto Tartarugas do Delta, que trabalham duro para proteger as espécies que vivem no Piauí, fizeram palestras para crianças em escolas da região.

“É um momento para iniciar a construção do conceito de sustentabilidade. Estamos situados no menor litoral do Brasil, e é uma área que precisa de muito cuidado para garantir que continue sendo esse berçário. Nosso objetivo é criar essa consciência ambiental”, informou a entidade.

Tartaruga vítima de rede de pesca, no litoral do Piauí — Foto: Instituto Tartarugas do Delta

Segundo o Instituto, a poluição nas praias é o principal risco à vida das tartarugas. O lixo descartado nas praias e no mar, por embarcações, são ingeridos pelos animais marinhos.

Outro risco é a pesca, mesmo não sendo direcionada às tartarugas, que acabam se enrolando em redes de pesca e morrem afogadas, já que precisam subir à superfície para respirar.

Por Andrê Nascimento, g1 PI 

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