A advogada Giovana Nunes questiona a ausência de interesse em incluir o espaço no leilão.
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Aeroporto Internacional Pref. Dr. João Silva Filho, em Parnaíba |
Nesta sexta-feira (15), aconteceu o leilão de privatização de 12
aeroportos do Brasil, em São Paulo. O governo federal havia estimado a outorga
de R$ 2,1 bilhões, valor superado durante o leião. O leilão foi feito em três
blocos - regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste - e o resultado chegou ao
montante de R$ 2,377 bilhões. No bloco do Nordeste, o Aeroporto de Teresina não
foi incluso.
A advogada Giovana Nunes critica a ausência de interesse dos gestores
públicos em incluir os aeroportos do Piauí no leilão. O Estado possui dez
aeroportos, em cidades como Teresina, Bom Jesus, Floriano e Parnaíba. Ela
questiona quais são os aeroportos menores que foram incluídos e pontua a falta
de interesse público em resolver problemas estruturais do Aeroporto de Teresina
e relacionados ao turismo em São Raimundo Nonato e Parnaíba.
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Atualmente, o aeroporto de Teresina passa por reformas (Foto: Elias Fontinele/Arquivo ODIA) |
“Observamos que as concessões de aeroportos têm melhorado bastante a
qualidade de serviço para a população. A transferência para o setor privado é
justificada pela falta de condições de gerir o serviço com a eficiência
necessária, especialmente em períodos de crise econômica. Quais os planos
governamentais para os Aeroportos do Piauí? Por que não foram incluídos neste
leilão em bloco?”, questiona.
Para a advogada Giovana Nunes, a participação do Aeroporto de Teresina no leilão seria uma oportunidade de viabilizar melhorias estruturais.
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Advogada Giovana Nunes (Foto: Ascom) |
Essa divisão em blocos foi feita de acordo com o tipo de uso que os
aeroportos se sobressaem. No caso do Nordeste, o maior potencial está no
turismo. A projeção oficial é de que os concessionários invistam R$ 3,5 bilhões
em melhorias e na capacidade de atendimento dos aeroportos durante 30 anos.
Segundo o secretário Roney Glanzmann, em entrevista à NBR (EBC),
“unimos aeroportos mais atrativos, de maior volume de passageiro e carga, com
aeroportos menores da aviação regional”, diz.
AEROPORTOS MENORES
Para a advogada Giovana Nunes, os aeroportos menores também precisam
ser observados. “Os aeroportos de Teresina [Parnaíba] e São Raimundo Nonato não deveriam
ter sido incluídos? Se os fundamentos para a concessão são esses, vamos
transferir os serviços apenas dos aeroportos mais ‘rentáveis’? Quais os ‘não
rentáveis’ foram incluídos nessa relação? Eu só vejo turismo, petróleo, gás e
agronegócios”, destaca.
Ainda de acordo com a advogada, “é importante detalhar que privatização
se refere à venda, assim como ocorreu com a Vale e com a Eletrobrás”. Já a
concessão é entendida como a delegação do serviço público de administração
aeroportuária.
Por: Ananda Oliveira/O Dia | Edição: Jornal da Parnaíba
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