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Aeroporto de Parnaíba visto da pista: inaugurado há 47 anos, segue como um potencial que não se transforma em desenvolvimento |
O Aeroporto de Parnaíba completa hoje 47 anos de inauguração como
aeroporto: em outubro de 1971, o aeródromo ganhou o nome oficial de aeroporto.
Desde lá, há muita expectativa de que o equipamento possa se transformar em um
impulsionar dos negócios na região, em especial no campo turístico. Mas as expectativas
vão se frustrando ano a ano e o aeroporto de Parnaíba segue subutilizado,
sobretudo porque falta um projeto integrado que faça do local um recurso
realmente estratégico e diferenciador.
Parnaíba já contou com voos regulares com importante demanda. Na década
de 1930, o Sindicato Condor – empresa alemã que atuava em grande parte do
Brasil – tinha voos que saíam de Parnaíba e, após diversas escalas no Piauí,
chegavam ao sul do país. Na época, a cidade ainda era o centro econômico do
Estado – o que mudaria a partir da década seguinte. Havia demanda, com voos
sempre lotados.
Hoje não há demanda. Mas isso ocorre porque não basta conseguir que uma
ou outra empresa programe voos para a cidade.
Nos últimos 25 anos, foram levadas a cabo diversas tentativas de
implantar voos regulares. Ainda no governo Freitas Neto, a TABA fazia pousos e
decolagens a um ritmo de duas vezes por semana. À época, a ainda viva Piemtur
tentou criar uma dinâmica que envolvesse empresa aérea, hotéis, restaurantes e
agências de turismo. Aquela história: passagem à metade do preço, final de
semana com uma única diária, descontos para almoço ou jantar especial e
vantagens em excursões, por exemplo. A intenção era estimular o turista a
comprar o pacote inteiro. E isso faria rodar mais rápido a roda da economia.
Os esforços foram interrompidos no governo Mão Santa e desde então as
ações que tentam criar voos regulares se limitam a zerar o ICMS no combustível
usado pelas empresas que pousam por lá. Nada mais. A integração não existe. E
aí está o problema. O resultado é que o turismo no Piauí não deslancha, apesar
de Parnaíba estar no centro da chamada Rota das Emoções, que inclui
Jericoacoara e Lençóis Maranhenses.
O problema maior é que nossos vizinhos não estão apenas assistindo. O
Maranhão cria estrutura em torno dos Lençóis e o Ceará dota Jeri de condições
absolutamente diferenciadas, incluindo um aeroporto bem mais próximo que o de
Parnaíba. Além disso, lá o negócio é pensado em todas as suas possibilidades,
desde os voos até a jardineira que vai pegar o viajante, passando pelo hotel, o
restaurante e os passeios que podem ser feitos.
Assim, o diferencial que Parnaíba tem há meio século não se converteu
no que deveria ser: um extraordinário suporte aos negócios. E o Aeroporto de
Parnaíba segue subutilizado, muito subutilizado.
Para quem gosta de dados técnicos
Segundo a Infraero, que desde 2004 é responsável pelo equipamento, o
Aeroporto de Parnaíba ocupa uma área de 2,33 milhões de m2, sendo 2.900 m2 correspondentes
ao terminal de passageiros. A pista de pouso e decolagem soma 2.500 metros de
comprimento, por 45 de largura – suficiente para receber até aeronaves tipo
Boeing 767.
Para efeito comparativo: é maior que a principal pista do aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, que tem 1.940 metros de comprimento por 35 de largura.
Mas enquanto Parnaíba recebe um voo semana da Azul, Congonhas tem 213 mil
movimentos por ano, transportando 20 milhões de passageiros.
Por Fenelon Rocha/Cidade Verde | Edição: Jornal da Parnaíba
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