quinta-feira, agosto 02, 2018

Centro Psicossocial de Parnaíba sofre interdição ética por falta de estrutura

Segundo o Coren-PI, desde 2013 a prefeitura é notificada para melhorar a estrutura aos profissionais.
Coren-PI decretou interdição ética do Caps de Parnaíba (Foto: Kairo Amaral/TV Clube)
O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) decretou nesta quarta-feira (1º) a interdição ética do posto do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III) de Parnaíba, no Litoral do Piauí. Segundo a entidade, desde 2013 a prefeitura é notificada para melhorar a estrutura aos profissionais da categoria e consequentemente aos pacientes do local.

Uma pequena sala no prédio localizado na BR-343 foi adaptada para ser um posto de enfermagem, o que segundo o Coren-PI, é inadequado para o exercício da profissão. Além de estrutura, a decisão publicada nessa terça-feira (31) no Diário Oficial do Estado, aponta falta de profissionais no local que deveria ser referência a dependentes químicos do litoral piauiense.
 
Conselho encontrou irregularidades no Caps de Parnaíba (Foto: Kairo Amaral/TV Clube)
"Temos a inexistência de enfermeiros em plantões, com apenas um técnico atuando e má condições de trabalho. Há cinco anos vínhamos tentando administrativamente negociar com a gestão do município para resolver essas irregularidades. Sem êxito, chegamos a interdição ética por ser o último caso", explicou a presidente do Coren-PI, Tatiana Melo.


As condições precárias vão muito além da competência do Coren Piauí. O G1 flagrou uma piscina sem proteção, com água acumulada do inverno que já terminou. Um ambiente propício para a reprodução de mosquitos causadores de doenças. O parquinho da unidade de saúde está com brinquedos enferrujados e os ambientes internos estão visivelmente insalubres.
Piscina com água acumulada foi encontrada no prédio do Caps de Parnaíba (Foto: Kairo Amaral/TV Clube)
Uma das graves irregularidades constatadas pelo Conselho Regional de Enfermagem durante cinco anos de fiscalizações e notificações ao município, foi a falta de água no prédio. Fato que teria impossibilitado, em um período não divulgado, a falta de higienização mínima dos profissionais para a realização de procedimentos.

"A missão do Conselho na verdade não é só a fiscalização em si, mas é garantir a sociedade uma assistência digna. Os usuários desse serviço merecem um atendimento digno, isso a gente falando em termo de sociedade e também não podemos esquecer o cuidado que nós temos que garantir para o nosso profissional. Esperamos que a interdição seja por pouco tempo e garantimos a sociedade que não terá nenhum prejuízo essa medida. Esse é um momento de parada para tomar providências da melhor forma possível", declarou a fiscal.
Secretário de saúde, Leonardo Correia, prometeu tomar providências (Foto: Kairo Amaral/TV Clube)
Por Kairo Amaral, G1 PI | Edição: Jornal da Parnaíba

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