A categoria reivindica reajuste salarial e
apresentou uma planilha atualizada referente ao triênio 2018-2020.
A previsão é de que uma possível paralisação ou
mesmo greve por tempo indeterminado ocorra em março na Polícia e nos Bombeiros
Militares neste ano após a realização de uma assembleia geral da classe que
tratará sobre a política de reajuste salarial da categoria.
De acordo com Capitão Anderson, presidente da
Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí – ABMEPI, a
medida imposta será decidida pela classe integrada por militares da ativa,
reserva, reformados e pensionista espalhados em todo o estado, por estarem
desde 2015 sem nenhum reajuste salarial.
“Nós lideranças não decidimos os rumos das ações do
efetivo, apenas somos os catalisadores da mobilização da coletividade militar
que em assembléia geral é soberana. Estamos desde 2015 buscando mediar o
processo de diálogo com o governo do Estado, por meio do Secretário de
Segurança e fazendo de tudo para evitar o desgaste de um conflito entre a
classe e o governo, mas até hoje não obtivemos nenhuma resposta formal do
governador e, se necessário, iremos fazer aquilo que a classe decidir, vamos
seguir firmes na decisão da coletividade militar”, afirmou o presidente da
ABMEPI.
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Capitão Anderson relembra ainda que as
discussões sobre a política de reajuste salarial da classe e sua implementação
deveria ter ocorrido no ano de 2015. Entretanto, o governo deliberadamente
resistiu em atender as exigências dos policiais e bombeiros militares, em
consequência, houve um movimento paredista naquele período, onde 16 lideranças
tiveram suas prisões decretadas ilegalmente por estarem apenas defendendo
direitos e reivindicando melhores condições de trabalho e salários.
“Em 2015, apresentamos formalmente ao Secretário de
Segurança e ao Governador um projeto de reajuste salarial a ser implementado
durante o Quadriênio 2015-2018, no entanto, não foi implantado, em seguida,
ocorreram várias ações de mobilização dos militares como o “Polícia Legal” e
“Tolerância Zero”. Eu e mais outras 15 lideranças tivemos nossas prisões
ilegalmente decretadas visando o enfraquecimento do movimento e, de lá pra cá,
já se passaram 3 anos e reiteradas vezes provocamos a manifestação do
governador Wellington Dias, do Comandante Geral da PMPI, Cel Carlos Augusto e
do Secretário de Segurança, Cap Fábio Abreu, quanto ao nosso reajuste,
exigência que até hoje não foi atendida e em decorrência dessa inércia
governamental a planilha de reajuste perdeu seu objeto”, destacou Anderson.
O presidente da ABMEPI afirma que uma nova proposta
de reajuste salarial com implementação para o Triênio 2018-2020 foi apresentada
recentemente ao governo, esclarecendo ainda que se o estado não adotar uma
postura que possa favorecer o diálogo, a classe fará uma nova assembleia geral
que poderá decidir por medidas extremas de enfrentamento com objetivo de impor
a política salarial.
“Na primeira semana do mês de janeiro protocolamos
junto a Secretaria de Segurança e ao Palácio do Karnak uma planilha atualizada
referente ao Triênio 2018-2020 onde foi dimensionado o escalonamento vertical
entre os subsídios dos cargos (diferença de 10% entre os subsídios), de forma
que se organizou definitivamente a hierarquia salarial dos militares,
contemplando-se, inclusive, as perdas inflacionárias e acréscimo de um ganho
real mínimo”, fala.
Segundo o Tenente Flaubert, Diretor da ABMEPI, já
houve uma assembleia extraordinária no último dia 19 de janeiro, no Clube dos
Cabos e Soldados da Policia Militar, e que a classe decidiu por somente tomar
alguma decisão em março, após uma resposta oficial do governo.
“Fizemos a primeira assembleia geral, dia 19, onde
foram debatidas algumas pautas ficando votado e acordado que a categoria
aguardaria até o fim do mês de janeiro a contraproposta que o Secretário Fábio
Abreu declarou nos meios de comunicação que a equipe do governo iria
apresentar. Inclusive, foi deliberado ainda que, caso não fosse apresentado uma
contraproposta do nosso reajuste salarial já ficaria fixado o dia 09 de março
para a convocação de uma nova assembleia geral dos policiais e bombeiros militares
estaduais para pautarmos e votarmos as estratégias de enfrentamento do governo
visando a imposição da nossa política salarial”, pontuou Flaubert.
Caso se confirme a possibilidade de paralisação
como estratégia de enfrentamento da classe militar, o Estado poderá evoluir
para uma situação de crise no sistema de segurança pública e de defesa civil,
onde o efetivo poderá ficar aquartelado nos batalhões e companhias, não terão
viaturas circulando nas ruas da capital e do interior, voos comerciais poderão ser
suspensos diante da ausência de efetivo dos bombeiros no aeroporto da capital,
dentre muitas outras situações caóticas.
Fonte: Portal AZ | Edição: Jornal da Parnaíba
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