PIAUÍ: Despesas com aposentadorias no estado
poderiam ser utilizadas em outras áreas, diz especialista. Um dos pilares dessa
situação é o gasto que o governo tem com aposentadorias e pensões de servidores
públicos.
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Presidente da Fundação Piauí Previdência, Marcos Steiner Mesquita |
Com um déficit mensal na Previdência de
aproximadamente R$ 75 milhões, o Piauí é um dos estados com maior rombo no
setor. Segundo informações do governo estadual, em 2016, o prejuízo chegou a R$
827 milhões e estima-se que este ano chegue a R$ 1 bilhão.
De acordo com o presidente da Fundação Piauí
Previdência, Marcos Steiner Mesquita, esse prejuízo justifica a necessidade de se
estabelecer novas regras para aposentadoria. E, na explicação do especialista,
o dinheiro a mais que é usado para cobrir as despesas da Previdência poderia
ser utilizado em outras áreas importantes para a população. “Uma obra de
duplicação de duas vias aqui no estado, o orçamento foi de R$ 115 milhões. Em
dois meses desse déficit já tinha terminado isso e ainda sobrava dinheiro”,
explicou.
Ainda segundo Marcos, um dos pilares dessa situação
é o gasto que o governo tem com aposentadorias e pensões de servidores
públicos. Atualmente, a proporção é de 1 servidor ativo para 1.3 inativo,
quando o ideal, de acordo com Marcos, seria de 4 trabalhadores ativos para 1
aposentado.
Esse é justamente um dos pontos que vão ser
analisados na reforma da Presidência. O governo Federal propõe uma equiparação
entre os regimes previdenciários dos servidores públicos e o do INSS.
Para o coordenador de Previdência do IPEA, Rogério
Nagamine, não é justo que haja uma diferença tão grande entre os dois sistemas
e que o ideal é a aproximação dos dois regimes. “A média de aposentadoria no
Poder Legislativo em 2016 foi R$ 28 mil. Já no INSS foi de R$ 1.200. Então você
tem uma diferença gigantesca no valor do benefício”, afirma.
Idosos x nascimentos
Outro fator voltado para a reforma da Previdência
que envolve o Piauí é o aumento da população idosa do estado e a redução do
número de nascimentos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em média, a expectativa de vida da população do estado é de
79, 9 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Por outro lado, no Brasil, a taxa de fecundidade, que é a
média de filhos que uma mulher tem durante toda a vida, é de 1,9.
Para o pesquisador do Centro de Crescimento
Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Fernando de Holanda
Barbosa Filho, com o passar do tempo, essa relação pode acabar com o sistema
previdenciário. “Isso torna tal sistema insustentável. Então, a introdução de
uma idade mínima para aposentadoria é fundamental”, acredita.
Por Marquezan Araújo | Jornal da Parnaíba
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