Guará, ave símbolo do Delta |
A cidade de Ilha Grande, localizada a 340 quilômetros
de Teresina, é banhada pelo oceano Atlântico e pelos rios Parnaíba e Igaraçu e
faz limite com a localidade parnaibana de Ilha Grande de Santa Isabel. O
município é a porta de entrada para o Delta do Rio Parnaíba. Antes de ser
emancipada, em 1994, Ilha Grande era conhecida como o povoado Morro da Mariana.
A origem deste nome remete ao século XVII e à senhora Mariana Alexandre Viana
que, após a viuvez, se instalou próximo às margens do igarapé ligado ao Rio dos
Tatus.
O artesanato do município é nacionalmente famoso
por conta de suas rendeiras que chamaram a atenção de estilistas e artistas de
renome. Já, o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Pobres, no Centro da
cidade, é um símbolo da religiosidade da população e apresenta obras em
cerâmica, além de um mirante.
Como Chegar:
Carro: A partir da avenida Presidente Getúlio
Vargas, cruzar a ponte Simplício Dias e seguir na Rodovia PI 210. Ao avistar
uma bifurcação, seguir em frente, à esquerda, na continuação da PI 210 (o
caminho à direita é a PI 116 que leva à praia da Pedra do Sal).
Ônibus: Viação Marcelino (86 99402-1413) e Viação
São Francisco.
O ponto de ambas as viações fica na Praça
Constantino Correia, no Centro de Parnaíba, próximo à Sorveteria O Pirata.
Delta do Parnaíba
Os passeios ao Delta do Parnaíba são obrigatórios
para todos os que visitam o litoral do Piauí. A região era habitada por tribos
de índios Tremembés e teve o seu primeiro registro feito por um europeu, por meio
do navegante Nicolau Resende, ainda no Século XVI. As dezenas de ilhas que se
formam na foz do Parnaíba guardam espécies raras de animais como o guará,
pássaro de penugem vermelha escarlate, cuja revoada pode ser vista em uma única
ilha do arquipélago, sempre no fim da tarde.
Há ainda macacos-prego, guaribas, jacarés, cobras,
aves migratórias e muitos outros bichos. Além das ilhas, é possível apreciar as
dunas e, durante a época das chuvas, uma região conhecida como Lençóis
Piauienses, ainda pouco explorada. Há uma variedade muito grande de pacotes
ofertados por diversas agências de turismo, que estão localizadas, sobretudo,
em Parnaíba e vendem os tradicionais passeios em grandes embarcações com preço
médio de R$ 60.
O roteiro sai pela manhã (a hora depende da maré) e
geralmente inclui lanche à base de frutas, almoço e caranguejada no fim da
tarde. Há também as rotas específicas como aquelas voltadas para a observação
de animais (inclusive à noite), pescaria, outros que incluem passeios de buggy,
trilhas pelas dunas e degustação de comida local. Os horários variam e a
quantidade de passageiros também.
Santuário
O Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Pobres fica
localizado no Centro de Ilha Grande e possui peças de argila de artistas locais
que criaram imagens de santos e da Via Crucis para decorar o local. A ideia de
construí-lo veio do padre italiano Pedro Quiritti que, com o apoio de outros
sacerdotes da Itália, conseguiu trazer da Europa a imagem da Virgem e a colocou
no ponto mais alto do Morro da Mariana, em janeiro de 1989. A santa tem sua
história ligada à cidade belga de Banneux, onde a menina Mariette Beco teria
visto oito aparições de Nossa Senhora, entre janeiro e março de 1930.
A Virgem teria dito à garota que bebesse a água de
uma fonte e que este líquido seria capaz de curar os enfermos. O santuário de
Ilha Grande tem entrada gratuita e está aberto à visitação todos os dias das 7h
às 18h. A estrutura tem ainda um mirante, a partir do qual é possível ter uma
ampla visão da cidade. Para chegar até ele, é preciso subir 33 degraus, que
representam cada um dos anos de Jesus Cristo. O município celebra a santa no
mês de julho, sendo este o segundo festejo mais importante, atrás apenas das
festas da padroeira Nossa Senhora da Conceição, em dezembro.
Associação das Rendeiras do Morro da Mariana
A arte da renda de bilro passa de geração para
geração há muitas décadas na cidade de Ilha Grande, e é tecida por dezenas de
mulheres que se reuniram e criaram a associação em 1992. Nove anos depois, elas
foram apresentadas ao estilista Walter Rodrigues que, por meio de um projeto,
iniciou uma parceria que unia essa tradição secular com a alta-costura. Desta
forma, a fama da qualidade do trabalho das piauienses ganhou o Brasil e o
mundo, e as rendas já foram usadas por artistas e personalidades como a
ex-primeira dama, Marisa Letícia.
Hoje em dia, as rendeiras trançam as linhas como no
passado: usando o bilro, espécie de carretel onde a linha é armazenada, que é
feito de coco de tucum e um pedaço de madeira. Elas trabalham na sede da
associação ou mesmo em casa e produzem brincos, gargantilhas, bicos,
aplicações, luminárias, blusas, vestidos, entre outros objetos, que podem levar
de horas a meses para ficar prontos. As peças estão à venda na associação e
também podem ser encomendadas e enviadas para todo o Brasil.
A sede da associação está situada na Av. Vitoriano
Ribeiro, 380. O telefone para contato é (86) 3323-0187 / 99485-9084. Funciona
de Segunda a Sábado das 7h às 11h e 13h às 17h.
Jornal da Parnaíba
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