Quando a Casa Caiu! Novo trecho da delação premiada
de engenheiro revela os bastidores que a antecederam.
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Obra parada do porto de Luis Correia - Foto recente |
Quando foi contatado pela Polícia Federal, o
engenheiro-fiscal da Secretaria Estadual dos Transportes (SETRANS) virou o
centro das atenções para alguns dos acusados de integrar a
"quadrilha" sobre a qual o Ministério Público Federal (MPF)
imputa a responsabilidade pelo desvio de pelo menos 5 milhões de reais do
eterno Porto de Luís Correia.
Isso porque o engenheiro-fiscal Anderson Castelo
Branco Lopes era justamente quem atestava as medições falsas e tinha um vasto
conhecimento dos procedimentos e fatos nada republicanos que levaram à
paralisação da continuidade das obras do porto piauiense.
O encontro com a PF, inclusive, acabou
por culminar com um acordo de delação premiada celebrado com o MPF e homologado
pela Justiça Federal.
Quem tentou insistentemente falar com Anderson foi
um dos ex-secretários de Transportes, Alexandre de Castro Nogueira. Queria que
o engenheiro comparecesse ao seu escritório. Encontro que acabou não ocorrendo,
apesar das inúmeras insistências.
Outro que, sem sucesso, tentou contatar o
engenheiro foi o também ex-secretário de Transportes Luciano Paes Landim, mais
um enrolado na ação penal que tramita na Justiça Federal em Parnaíba e segue
com 12 réus, incluindo o delator.
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Obra parada do porto de Luis Correia - Foto recente |
UM CD, UM RECADO ESCRITO, UM E-MAIL, VÁRIOS
TELEFONEMAS
Segundo a delação do engenheiro, o advogado Alexandre, através de um terceiro, chegou a deixar “sob a porta do apartamento do declarante um CD, no interior de um envelope com as inscrições manuscritas: 'Anderson, é fundamental você ler e estudar este laudo [da Polícia Federal]. Por favor, assim que puder me liga. Preciso falar com você urgente. Andros'”.
Segundo a delação do engenheiro, o advogado Alexandre, através de um terceiro, chegou a deixar “sob a porta do apartamento do declarante um CD, no interior de um envelope com as inscrições manuscritas: 'Anderson, é fundamental você ler e estudar este laudo [da Polícia Federal]. Por favor, assim que puder me liga. Preciso falar com você urgente. Andros'”.
Já Luciano Paes Landim mandou um e-mail para aquele
que seria o futuro delator da Polícia Federal, dizendo que precisava falar com
ele.
O material foi parar nas mãos da PF.
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Obra parada do porto de Luis Correia - Foto recente |
VEJA ESSES TRECHOS DA DELAÇÃO
“(...) Que depois que recebeu intimação da Polícia Federal para comparecer a esta audiência, recebeu ligações telefônicas de Alexandre de Castro; Que numa primeira ligação, Alexandre de Castro afirmou que recebera o laudo da Polícia Federal e precisava conversar com o declarante; Que Alexandre de Castro convidou o declarante a comparecer ao seu escritório de advocacia, ao que o declarante confirmou, mas de fato não compareceu; Que dois dias depois, Alexandre de Castro novamente ligou para o declarante e lhe informou que Andros Raquel o procuraria para tratar do laudo da Polícia Federal; Que Andros Renquel, que trabalha no escritório de Alexandre de Castro, ligou diversas vezes para o declarante, que se recusou a atender às chamadas, Que Andros Renquel deixou sob a porta do apartamento do declarante um CD, no interior de um envelope com as inscrições manuscritas “ANDERSON, É FUNDAMENTAL VOCÊ LER E ESTUDAR ESTE LAUDO. POR FAVOR, ASSIM QUE PUDER ME LIGA. PRECISO FALAR COM VOCÊ URGENTE. ANDROS”, documento que nesta oportunidade apresenta à autoridade policial; Que no final de semana, recebeu e-mail de Luciano Paes Landim, com o seguinte texto “preciso falar com você”; Que sua esposa srª Verônica Castelo Branco, recebeu ligações do engenheiro Heitor Gil Castelo Branco, dizendo que precisava falar com o declarante na quinta-feira; Que Verônica afirmou que era impossível, em razão de trabalhos que estavam sendo desenvolvidos pelo declarante (...)”.
“(...) Que depois que recebeu intimação da Polícia Federal para comparecer a esta audiência, recebeu ligações telefônicas de Alexandre de Castro; Que numa primeira ligação, Alexandre de Castro afirmou que recebera o laudo da Polícia Federal e precisava conversar com o declarante; Que Alexandre de Castro convidou o declarante a comparecer ao seu escritório de advocacia, ao que o declarante confirmou, mas de fato não compareceu; Que dois dias depois, Alexandre de Castro novamente ligou para o declarante e lhe informou que Andros Raquel o procuraria para tratar do laudo da Polícia Federal; Que Andros Renquel, que trabalha no escritório de Alexandre de Castro, ligou diversas vezes para o declarante, que se recusou a atender às chamadas, Que Andros Renquel deixou sob a porta do apartamento do declarante um CD, no interior de um envelope com as inscrições manuscritas “ANDERSON, É FUNDAMENTAL VOCÊ LER E ESTUDAR ESTE LAUDO. POR FAVOR, ASSIM QUE PUDER ME LIGA. PRECISO FALAR COM VOCÊ URGENTE. ANDROS”, documento que nesta oportunidade apresenta à autoridade policial; Que no final de semana, recebeu e-mail de Luciano Paes Landim, com o seguinte texto “preciso falar com você”; Que sua esposa srª Verônica Castelo Branco, recebeu ligações do engenheiro Heitor Gil Castelo Branco, dizendo que precisava falar com o declarante na quinta-feira; Que Verônica afirmou que era impossível, em razão de trabalhos que estavam sendo desenvolvidos pelo declarante (...)”.
Por Rômulo Rocha/180graus | Edição: Jornal da
Parnaíba
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