O Grupo Harém de Teatro aquece as baterias para
mais um Festival de Teatro Lusófono -FestLuso 2016 na cidade de Parnaíba de 23
a 26 de agosto. O grande encontro lusófono deste ano atrai amigos e artistas de
palco do Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Portugal e São Tomé e
Príncipe.
Espetáculos de câmara, de rua, oficinas, shows,
lançamentos de livros e a realização especial da 5ª Edição do
NORTEIA- Núcleo de Laboratórios Teatrais do Nordeste, compõem a agenda de uma
semana de lusofonia ampliada. As fronteiras dramáticas de língua portuguesa
afinam linguística de expressão e atos de cena em festejada integração da arte
e da ciência dos palcos.
Todos os olhares e atenções estão voltados para o FestLuso 2016, que nunca esteve tão próximo do que a humanidade discute atualmente. Este ano o homenageado é Julio Romão da Silva, jornalista, o pesquisador, o precursor do teatro e da crítica literária afrodescendente no Movimento da Negritude Brasileira. As temáticas e reflexões estão centradas nesta edição no Teatro Negro/e o negro no teatro no espaço lusófono, a curadoria criou para essa edição, um evento que traz para o centro da cena as discussões atuais.
O FestLuso 2016 tem o apoio do Governo do Estado do
Piauí, Secretaria de Estado da Cultura-
SECULT, através do SIEC, Armazém Paraíba, Uespi e Circuito de Teatro em
Português. E realização do Grupo Harém de Teatro.
Local: Teatro Sesc Avenida
Dia 23/agosto – quarta-feira, 19h - Laços de Sangue
- Núcleo Experimental de Teatro (Núcleo Criativo e Fundação Sindika
Dokolo/Elinga Teatro) - Luanda/Angola
SERVIÇOS: 120 min. / 14 anos / Drama
Dia 25/agosto - quinta-feira, 19h - Nos tempos do
Gungunhana - Klemente Tsamba – Moçambique/Portugal
SERVIÇOS: 50 min. / 16 anos / Drama - História
Dia 26/agosto – sexta-feira, 19h – Mulheres e
Lendas – A e C Promoções Culturais – Parnaíba – Piauí - Brasil
SERVIÇOS: 60 min. / 14 anos / Drama
NOS TEMPOS DO GUNGUNHANA - Klemente Tsamba –
Moçambique / Portugal
É um monólogo interativo, inspirado nos
contadores de histórias africanas e nos relatos de Ualalapi, livro do
escritor moçambicano Ungulani Ba ka Khosa, vencedor do prémio
de ficção narrativa (Moçambique – 1990).
“Nos tempos de Gungunhana” é um conjunto de histórias dentro de uma
história, uma obra que parte de um tempo histórico e de uma cultura
particular para depois seguir numa viagem universalista e sem fronteiras.
“Era uma vez um guerreiro da tribo Tsonga
chamado Umbangani Namani, que fora em tempos casado com uma linda
mulher da tribo Macua, chamada Malice. Não tiveram filhos… mas
tentaram muito… Este é o mote que dá início ao grande karingana ou
conto tradicional sobre os ciúmes e os feitiços vividos
numa família comum, que muito rapidamente se transforma numa
sequência de outros pequenos karinganas que relatam aspectos
relacionados com a vida na corte do rei Gungunhana.”
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Textos Originais: Ungulani Ba Ka Khosa
Criação, Interpretação, Cenografia e Design de
Figurino: Klemente Tsamba
Colaboração e Assistência Criativa: Filipa
Figueiredo, Paulo Cintrão e Ricardo Karitsis
Direção, Operação Multimédia, Revisão do Texto e
Criação do Figurino: Filipa Figueiredo
Desenho, Montagem de Luz e Operação de Luz: Ivan
Castro e Ana Rodrigues
Criação de Figurino: Anabela Pereira da Silva
Fotografia: José Ferrolho
Cartaz: Susa Monteiro
Produção: Teatro Tribos - Grupo Informal
SOBRE O CRIADOR E INTÉRPRETE
Klemente Tsamba nasceu na Malhangalene [1974], um
dos bairros mais criativos de Maputo, capital de Moçambique e, desde cedo
integrou vários projetos relacionados com artes performativas tais como, bandas
de música tradicional, trupes de dança hiphop e mais tarde, grupos de teatro
amador. Após ter participado no 1º curso de teatro comunitário promovido pelo
PAND - artistas unidos da Finlândia e Teatro AGORA, é seleccionado [2001] para
integrar o projeto “Xtórias”, uma performance teatral baseada em contos
tradicionais macondes e alentejanos, produzida pelo Arte pública – Artes
performativas de Beja [Portugal] e dirigida pela encenadora Gisela Cañamero. Já
a trabalhar como actor profissional, conclui a licenciatura em Educação e
Comunicação Multimédia [2009], e através da conjugação destas duas áreas, passa
a dedicar a sua criatividade ao serviço de entidades relacionadas com a
educação pela arte, através da promoção e monitorização de oficinas de
criatividade para crianças e jovens. Estreia-se como criador em nome próprio
com a peça "Magia Negra", um
monólogo baseado na literatura moçambicana, que veio a representar Moçambique
no 1º Festival de Teatro Lusófono de Teresina no Piauí, com passagem por
Salvador da Bahia - Brasil [2008].
LAÇOS DE SANGUE – Núcleo Experimental de Teatro -
NET – Angola - África
A narração baseia-se num conflito entre dois
irmãos, Morris e Zacarias, filhos da mesma mãe e pais diferentes, que, por
circunstâncias naturais, um nasceu negro e outro mestiço. Esta diferença
determinou percursos e oportunidades desiguais nas suas vidas, que o escritor
Athol Fugard explorou dramaturgicamente.
A peça foi escrita no contexto sócio-político sul-africano do apartheid,
contudo aborda um tema transversal a todas as épocas e sociedades. Na
triangulação atlântica Angola, Brasil e Portugal, onde os discursos
luso-tropicalistas e os mitos da democracia racial remetem a questão racial
para uma aparente invisibilidade, é urgente reflectir e debater frontalmente o
tema do racismo que perdura nas nossas sociedades actuais.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Laços de Sangue é uma adaptação do texto de Athol
Fugard
Adaptação e Direção: José Mena Abrantes
Direcção de Actores: Rogério de Carvalho
Actores: Meirinho Mendes e Raúl do Rosário
Desenho de Luzes: Jorge Ribeiro
Sonoplastia: Sebastião Delgado
Guarda-Roupa: Alex Kangala.
Coprodução: Trienal de Luanda, Elinga Teatro e
Núcleo Experimental de Teatro
O GRUPO
NET | Núcleo Experimental de Teatro
É uma fusão entre o Grupo Elinga Teatro e
o Núcleo de Teatro da Fundação Sindika Dokolo, com o propósito de
desenvolver obras de teatro nos seus variados géneros drama, comédia,
performance, mimo etc, e que se irá focar sobretudo no lado experimental do
teatro e na formação de novos artistas para as mais variadas áreas das artes
cénicas em Angola.
José Mena Abrantes (encenador), Rogério
de Carvalho (encenador), Meirinho Mendes (actor) e Raul do
Rosário (actor), constituem a base deste colectivo multi funcional e
ecléctico.
MULHERES E LENDAS – A e C Promoções Culturais –
Parnaíba – Piauí - Brasil
Sublinha a alforria adiada das injustiças sociais,
vocifera a desproporção dos gêneros em grito e lamúria, menos de fêmea, mais de
besta, alegoriza a realidade dos excluídos para intensificar o vergonhoso brio
do ente humano; o espetáculo não vai se despedir sem deixar a certeza de que a
maior assombração é aquilo que nos assemelha aos fantasmas.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Dramaturgo: Aci Campelo
Intérprete-criadora e Direção: Carmem Carvalho
Intérprete-criadora, Criação de Luz: Érica Jamp
Direção, Preparação Vocal e Corporal, Criação de
Luz e Trilha Sonora: Fernanda Veiga
Trilha Sonora e Operação de Áudio: José Coelho
Figurino, Caracterização e Sonoplastia: Sharles
Nascimento
Técnico de Luz: Eduardo Souza
Fotografia: Mauro Ataíde
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