A imprensa local e a estadual tem dado amplo espaço
de discussão sobre a sucessão municipal em Parnaíba. Em foco a disputa entre os
aliados do governador Wellington Dias (PT) que tentam formar uma única chapa
com os partidos da sua base versus a oposição (?).
![]() |
Deputados e pré-candidatos a prefeito de Parnaíba, Dr. Hélio Oliveira, Zé Hamilton e Juliana |
O momento é propício à reflexões: quem já governou
Parnaíba? Como se portou? O realismo e a sinceridade, às vezes áspera, com que
trago essa reflexão tem razão de ser pelo mundo contraditório e assustador
produzido pela ineficiente representação política local e estadual e que, por
isso mesmo, deve merecer mais atenção nesse momento histórico de necessidade de
mudanças que passa o Brasil!
Vivemos um momento de incertezas! Ninguém sabe quem
vai ser candidato a prefeito de Parnaíba e assim, igualmente desconhecidas, as
propostas para a cidade! Desentendimentos e falta de uma agenda pautada nas demandas
da sociedade dão o tom do atual momento político.
De um lado, o grupo formado por lideranças
governistas tem no atual prefeito, Florentino Neto (PT) um nome que deseja a
reeleição, mas o suplente de deputado estadual Zé Hamilton (PTB), ex-prefeito de
Parnaíba, também tem interesse na disputa, embora negue tal pretensão em frente
às câmeras e microfones. Também da mesma base, o deputado estadual Dr. Hélio
(PR) afirma que pode ser candidato. Indefinições à parte, pouco tem se falado
em favor da cidade.
![]() |
Tererê, prefeito Florentino Neto e o ex-senador Mão Santa |
Por outro lado, a “oposição” sem rumo definido
espera não sei o quê! Nomes que requentam a chapa da representação política
local parece não ser absorvida pela sociedade. Vaidades e projetos pessoais se
fazem perceber em ambos os lados! Esses atores políticos, até o presente
momento, só discutiram “projeto de poder” e ainda não sinalizaram ações
voltadas para o bem-estar da população. Uma lástima!
Os partidos e os seus membros têm que discutir
projetos e ideias para Parnaíba, uma cidade que há muito espera por uma gestão
eficiente e comprometida com a sua gente, antes de tudo. A rigor, carecemos de
líderes que não se orgulhem apenas de não usar agressões verbais na política ou
de ser mero inaugurador de obra. Carecemos de um iniciador de um processo que
nos leve a exercer uma política, de elevação e respeito, da qual as pessoas
possam participar ativamente (sem medo) e se orgulhar.
Para os atores do momento, a pobreza, o desemprego,
a violência, a falta de qualidade dos serviços de saúde e educação são vistos
como fenômenos que ficaram para trás da agenda política. O importante agora é
definir quem vai governar e os “arranjos” da composição. Não importa o preço e
a conta. Nem tampouco o sofrimento desta gente humilde e pacata. Ao fim, quem
paga mesmo é o povo!
Aumentar a esperança e a qualidade de vida, onde se
vive desempregado e se morre muito cedo, seria o grande desafio para a Parnaíba
de nossos dias. No entanto, esses representantes e seus partidos políticos não
têm perfil ideológico definido e nem propostas concretas. Não oferecem
alternativas e não sabem ser governo. Esses mesmos, em campanha, prometeram
maravilhas (e vão prometer de novo) e, no exercício do governo desculpam-se de
sua inoperância, protestando contra a crônica falta de recursos. Os partidos,
perdem a fisionomia; e os políticos, a credibilidade!
Podemos nos perguntar, então, sobre quais têm sido
as questões principais que vêm norteando o debate parnaibano sobre as relações
entre política e sociedade? O ponto central que discuto é: algumas
questões cruciais para a melhoria da qualidade de vida não têm sido
levadas na devida conta, dificultando sua efetividade. Se é assim, é
importante as pessoas entenderem a lógica da
política partidária da forma como ela vem sendo disputada na cidade.
Também é preciso procurar propiciar a elas uma outra racionalidade, onde
o poder público deva assumir o papel de promotor do bem-estar social.
Pois bem: quais são as questões que, usualmente, e
em graus não-desprezíveis, têm sido negligenciadas quando se formulam
e se colocam em prática a discussão sobre a sucessão municipal em
Parnaíba? Destaco as que se seguem. Quem são, de fato,
os candidatos? O que estão discutindo? Em que medida esses
"interesses" impactam a constituição de suas identidades? Por
fim: qual a importância da política para as pessoas em geral?
Precisamos, urgentemente, de uma plataforma de
governo que, além de cuidar da cidade em período pré-eleitoral (asfaltando
ruas, tapando buracos e organizando praças) incluísse entre as suas prioridades
a produção agrícola irrigada (DITALPI), a melhoria dos serviços de saúde e
educação, políticas públicas para o turismo, a juventude e a cultura, o
desenvolvimento tecnológico e a segurança para todos, reorganizando a
administração em torno de ideias e propostas concretas. Ou seja, trocar o
cinismo do jogo político, voltado somente para os holofotes da mídia, por ações
estruturais de governo!
Fernando Gomes, sociólogo, eleitor,
cidadão e contribuinte parnaibano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário