segunda-feira, julho 04, 2016

Atendimento a vítimas de violência em Parnaíba será modelo

O trabalho do Grupamento de Atendimento Especializado à Criança ao Idoso e à Mulher em Parnaíba servirá de exemplo para Teresina e demais cidades do Piauí.
Coordenadora Estadual de Políticas para Mulheres, Halda Regina.
Uma nova filosofia de atendimento especializado à criança, à mulher e ao idoso vítima de violência, implantada pelo 2° Batalhão da Polícia Militar do Piauí, na cidade de Parnaíba, servirá de modelo para Teresina e demais cidades do Piauí.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Fábio Abreu; a coordenadora Estadual de Políticas para Mulheres, Halda Regina; representantes do Ministério Público; e as delegadas da mulher, do idoso e de proteção à criança e ao adolescente participaram, na quarta-feira (29), de uma reunião para conhecer a metodologia adotada pelo Grupamento de Atendimento Especializado à Criança ao Idoso e à Mulher (Gaecim), que atua desde 2015, na cidade de Parnaíba.

O Gaecim, comandado e idealizado pelo tenente-coronel Adriano Lucena, tem como missão garantir a proteção de crianças, mulheres e idosos por meio de um atendimento mais ágil e com planejamentos específicos e direcionados, atuando de forma integrada com as instituições públicas, tais como: Polícia Civil (Central de Flagrantes, Delegacia Especializada da Mulher e Instituto de Medicina Legal); Ministério Público; Conselho Tutelar, Creas, Núcleo de Enfrentamento à Violência e Conselho do Idoso; Defensoria Pública; Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual (Samvis), e outros órgãos afins.

De acordo com o tenente-coronel Lucena, a unidade surgiu da constatação do elevado número de casos envolvendo crianças, mulheres e idosos dos mais diversos aspectos de violências no município de Parnaíba. “Percebemos que, nesses casos, precisávamos dar um atendimento diferenciado, já que muitas vezes essa violência acontece no âmbito familiar”, destacou o militar.

Durante a apresentação da metodologia do Gaecim, o comandante explicou que os policiais que fazem parte do grupamento participaram de um curso de capacitação baseado nos Direitos Humanos e nos princípios de Polícia Comunitária, para que esses tivessem mais conhecimentos sobre como agir durante o atendimento e sobre as legislações pertinentes a esses casos, como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Estatuto do Idoso e Lei Maria da Penha, agindo como elementos pacificadores e solucionadores de conflitos e crises.

“Trabalhamos com 30 policiais. Cada equipe do Gaecim é composta por três policiais militares, dois policiais masculinos e uma policial feminina. A presença feminina é fundamental para que as mulheres que sofreram violência fiquem menos constrangidas e se sintam mais à vontade ao relatar suas queixas, principalmente no que se refere aos crimes sexuais. O Gaecim também faz o trabalho de fiscalização de medidas protetivas, com visitas periódicas às casas de vítimas que estão sendo amparadas judicialmente.”, explicou o tenente-coronel Lucena.

Para a delegada Thais Paz, coordenadora do Núcleo de Pesquisa de Feminicídio da SSP, o Gaecim representa uma nova visão de atendimento e acompanhamento às vítimas de violência. Ela destaca que o primeiro passo, adotado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, será a capacitação dos profissionais, o que irá proporcionar um atendimento mais humanizado das ocorrências. “A Secretaria da Segurança já está organizando essa capacitação, que deverá ocorrer até agosto. Além dos profissionais daqui, iremos contar com a experiência de profissionais de fora. O público-alvo dessa formação serão policiais militares, civis, delegados, escrivãs, peritos, profissionais de saúde e outros profissionais que fazem atendimentos dessas vítimas”, informou a delegada.

O secretário de Estado da Segurança, Fábio Abreu, ressaltou que a ideia é manter um padrão de atendimento à criança, à mulher e ao idoso vítima de violência e, com a implantação dessa filosofia, a SSP irá adotar protocolos de atendimento que irão melhorar o trabalho que vem sendo realizado pela polícia. “O objetivo é difundirmos esse modelo e aplicarmos a forma como tem sido feito esse atendimento lá em Parnaíba. E principalmente, em função do sucesso do Gaecim, e dos resultados que ele vem apresentando, é que nós estaremos implementando esse modelo em Teresina e posteriormente nos demais municípios”, afirmou Abreu.

Dar redação do Jornal da Parnaíba

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