Instrutor de jiu-jítsu no Exército dos Emirados
Árabes, piauiense relembra origem, mas assume dificuldade com variação
climática. "Acredito estar bem adaptado", pondera.
![]() |
Fernando Bizerra (à esquerda) em momento de descontração com colega em Abu Dhabi (Foto: Reprodução/Facebook) |
Um anúncio publicitário mudou a vida do lutador
Fernando Bizerra. Depois de folhear a revista e se deparar com a chance de um
voo maior no esporte, o piauiense aproveitou para escrever uma nova página em
sua carreira no jiu-jítsu. O lutador deixou Parnaíba, sua terra natal, para se
tornar instrutor da modalidade no Exército dos Emirados Árabes. A vida recheada
de mudanças fortaleceu o menino que, na infância, sonhava em ser jogador de
futsal. Apesar disso, Fernando reconhece que pretende voltar a competir no
circuito internacional da modalidade em um futuro próximo.
O lutador conversou com nossa reportagem e
compartilhou momentos desta nova empreitada longe de casa.
![]() |
(Foto: Reprodução/Facebook) |
Confira na íntegra a entrevista:
Como nasceu a sua relação com o jiu-jitsu? Chegou a
competir no circuito?
- Conheci o Jiu-Jitsu em 2004, por influência de
alguns amigos que treinavam com o mestre Heleno Maia. Na época, cheguei a
treinar apenas com a autorização do meu pai, pois minha mãe achava muito
violento, sendo que só conhecia o esporte pelo nome (risos). Ela ficou sabendo
depois de algumas semanas quando lutei meu primeiro campeonato realizado na
Capitania dos Portos de Parnaíba e, então, não consegui mais esconder que
treinava jiu-jítsu e não karatê.
- Lutei vários campeonatos, a maioria no período
entre 2006 e 2011, por meio do Projeto Social Lutando pelo Futuro, criado pelo
mestre Heleno e apoiado pela Prefeitura de Parnaíba. Consegui alguns bons
resultados, tanto em competições realizadas no nosso estado, quanto as de nível
nacional, como no Campeonato Brasileiro de 2008 (CBJJ) onde fui segundo lugar.
Em 2011, dei uma pausa para me dedicar aos estudos, pois estava na reta final
do curso de Fisioterapia.
![]() |
(Foto: Reprodução/Facebook) |
Como foi sua infância esportiva em Parnaíba?
- Sempre fui de praticar esportes, gostava de tudo
e sempre fui de competir também. Cheguei a competir no vôlei, handebol, futebol
de areia, futebol de campo, tênis de mesa e futsal, que era quase um
"vício" até os 15 anos. Fiz também capoeira, muay thai e cheguei a
ter uma luta marcada no boxe.
Como surgiu essa oportunidade de ir aos Emirados
Árabes? Há previsão de retorno?
- A primeira vez que vi o anúncio para dar aulas em
Abu Dhabi foi em 2010 em uma revista de jiu-jítsu, mas só me inscrevi em julho
de 2013, quando me deparei mais uma vez com o convite. Passei por algumas
etapas, inicialmente por e-mails passando por uma entrevista através do Skype
e, por último, fui chamado a participar de uma seletiva realizada no Rio de
Janeiro em Maio de 2014.
Como está sua rotina no país? A adaptação está
complicada? O que impressionou?
- A rotina é tranquila. Moro perto da base que
trabalho e geralmente, depois das aulas, treino com os outros professores ou
faço algum outro tipo de atividade por aqui mesmo.
Acredito estar bem adaptado, mesmo com as
diferenças que encontrei aqui. Não achei nada muito complicado de conviver, a
não ser o clima que inicialmente era de muito calor e, em janeiro, por exemplo,
estava muito frio!
Qual seu maior sonho no esporte?
- Bem, quero voltar a competir e participar do
Mundial profissional que acontece aqui e, claro, lutar pelo lugar mais alto do
pódio, ficarei feliz em ouvir "O Piauí que ganhou" já que aqui meus
colegas me chamam assim.
“A rotina é tranquila. Moro perto da base que
trabalho e geralmente, depois das aulas, treino com os outros professores ou
faço algum outro tipo de atividade por aqui mesmo.“ (Fernando Bizerra).
Edição do Jornal da
Parnaíba
Por Renan Morais/Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário